Bolsonaro defende MP da Eletrobras e se irrita com dúvida sobre alta na conta de luz
Governo garante que a privatização da estatal vai resultar em uma redução de tarifas para o consumidor; no entanto, a previsão é que isso aconteça a longo prazo
O presidente Jair Bolsonaro se irritou, nesta quarta-feira, 16, com um apoiador que questionou o posicionamento dele em relação a privatização da Eletrobras. Ele fez questão de lembrar que, desde que assumiu o Palácio do Planalto, empresas estatais e bancos públicos, que davam prejuízo nas gestões anteriores, passaram a dar lucro. Essa mudança de cenário, segundo o presidente, é consequência do simples fato de que o governo dele pôs fim aos esquemas de corrupção. Mesmo assim, Bolsonaro defende a privatização e diz que ‘quase tudo que é público é levado para a corrupção’. O presidente não gostou de ser questionado, porém, sobre se a venda da Eletrobras refletirá em um aumento da conta de luz. “Você sabe o imposto que você paga na sua cidade de luz? Se não sabe, então não discuta comigo. Sei que você é sindicalista e esse discurso não vou aceitar discutir aqui. Se não privatizar, vai ter um caos energético no Brasil. Roubaram tanto, ninguém fala isso, essa petralhada roubou tanto, dava prejuízo de mais de R$ 70 bilhões, agora está dando lucro.”
Ainda na conversa com os apoiadores, na saída do Palácio da Alvorada, o presidente listou uma série de medidas discutidas no Congresso Nacional que considera entraves para o desenvolvimento do país. Como exemplo, ele citou um projeto que visava proibir motos de circular entre os carros, e a proposta, aprovada recentemente pelos senadores, de criação do chamado ‘passaporte da vacina‘. Para Bolsonaro, quanto mais regras um país tem, pior ele é. “Tem que primar pela liberdade. Se você quer saber se um país é bom, quanto mais lei tem aquele país, pior é aquele país”, disse. O governo garante que a privatização da Eletrobras resultará em redução de tarifas para o consumidor. A questão é que essa é uma previsão a longo prazo: por hora e enquanto o Brasil for dependente de usinas termelétricas, principalmente em momentos de seca, a conta de luz continuará aumentando – independentemente de quem for o principal acionista da empresa estatal.
*Com informações do repórter Antônio Maldonado
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