Boris Johnson anuncia pelo menos mais seis meses de restrição contra Covid-19
Hoje a taxa de contaminação na Grã Bretanha, no chamado número R, está entre 1.1 e 1.4 — valor muito alto
As regras de distanciamento social mais duras implementadas na Grã Bretanha nesta semana vieram para ficar por um longo período. A expectativa criada pelo primeiro-ministro Boris Johnson, de que seria possível voltar perto do normal até o Natal, foi atropelada pelos fatos. Os britânicos somaram na terça-feira (22) quase 5 mil novos casos de Covid-19 e os números não param de subir diariamente — por isso o governo reajustou o tom na comunicação com a população.
Em seu pronunciamento televisionado na terça à noite, Boris Johnson disse que serão mais seis meses de restrições para tentar conter o Covid-19. Hoje a taxa de contaminação na Grã Bretanha, no chamado número R, está entre 1.1 e 1.4 — valor muito alto e que exige novas restrições. Johnson tentou evitar o alarmismo no discurso, mas deixou claro que o clima continua sendo de incerteza. O primeiro-ministro disse: “Se não fizermos nada agora, o risco é que teremos que tomar medidas mais duras ainda no futuro — quando as mortes já tiverem aumentado com um grande número de casos de infecções, como o que tivemos na primavera.”
Os conservadores decidiram fechar os bares mais cedo (a partir das 22 horas), aumentar as multas para quem não usa máscara e interromper o plano de ter torcedores de volta nos estádios. Também estão pedindo que as pessoas voltem a trabalhar de casa — e as empresas daqui já estão orientando seus funcionários a retomarem o trabalho remoto. No entanto, isso pode não ser o suficiente. Já se fala em proibir visitas a casas de amigos e parentes nos próximos dia — o que pode ter um efeito devastador no emocional da população às vésperas do Natal.
A população britânica está sendo preparada para lidar com essas idas e vindas por bastante tempo. O governo já assinou contratos com diversos fabricantes de vacinas para a Covid-19 porque essa parece a saída mais palpável no momento. No total, Londres encomendou 340 milhões de doses em potencial — sendo que a população do país é de cerca de 65 milhões de habitantes. Ou seja, possivelmente mais de cinco doses por cabeça, ainda que nem todas as vacinas contratadas devem se provar eficazes ao mesmo tempo — mas essa também é uma perspectiva distante.
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