Brasil deve ter segunda onda de Covid-19 menor em algumas regiões, diz infectologista

Apesar de desigualdade social e epidemiológica, País deve ter reinfecções maiores na região Norte e menores na região Sul

  • Por Jovem Pan
  • 17/10/2020 08h55 - Atualizado em 17/10/2020 12h57
Michel Corvello O Brasil pode ter uma segunda onda da Covid-19

O infectologista e presidente do departamento de imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, Renato Kfouri, acredita que o Brasil pode ter uma segunda onda da Covid-19, mas com diferenciações entre os estados. “A segunda onda vai existir sempre, assim como a, sua magnitude que pode ser maior ou menor em relação aos vulneráveis. O Brasil é um País muito grande e talvez tenhamos uma segunda onda menor na região Norte e maior na região Sul, mas não sabemos se vamos ou não ter reinfecções. Se você entende que o distanciamento promove a redução de casos, quando relaxa as medidas é natural que tenha um aumento. É difícil comparar com países de clima diferente e faixa etária diferente. Mesmo aqui no Brasil temos desigualdades sociais e epidemiológicas”, disse.

Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, Renato Kfouri também explicou que a polarização das vacinas contra a Covid-19 podem ser um empecilho para a população aderir à imunização. “Dizer que uma vacina é boa ou ruim sem conhecer os resultados, se é de um país que eu gosto ou não, isso não ajuda em nada. Quanto mais trouxermos informações contraditórias a adesão às vacinas fica pior. Nós erramos muito nessa epidemia na comunicação e agora espero que com as vacinas tenhamos uma comunicação mais homogênea”, explicou. De acordo com o infectologista, a obrigatoriedade da vacinação, como indicada pelo governador de São Paulo, João Doria, não é uma estratégia comum no Brasil.

“O caminho da coerção, pegar um adulto à força e vacinar, nunca foi característica do Brasil. Não acho que chegaremos a esse ponto. Tivemos um passado ruim com a revolta das vacinas. Talvez nem tenhamos vacina para todos. O convencimento, a educação e a informação são muito mais importantes do que a coerção. Impor essas coisas nunca funcionou”, disse. Renato também afirmou que os grupos prioritários, como idosos e pessoas com comorbidades, devem ser imunizados primeiro. “É preciso hierarquizar como o governo vem fazendo. Criar uma hierarquização de quem deve receber a vacina é importante pela qualidade dessa vacina, precisa conhecer esse produto para elencar esse grupo de maneira efetiva”, finalizou.

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