Brasil quer ampliar liderança em reciclagem de alumínio

País recicla mais de 96% de todas as latinhas consumidas em processo que envolve grande cadeia de coleta

  • Por Jovem Pan
  • 12/10/2020 08h54 - Atualizado em 12/10/2020 11h13
Creative Commons Brasil recicla grande parte do alumínio produzido no país

Você sabia que, depois de jogada no lixo, uma latinha leva em média 60 dias, para retornar para as prateleiras de um supermercado? O processo envolve uma grande cadeia de coleta e reciclagem, desde os chamados sucateiros, que recebem dos “catadores” o material bruto, recolhido nas ruas e comércios, e repassam de volta a indústria, responsável em transformar essa matéria prima, em uma nova embalagem. Mais de 96% de todas as latinhas consumidas no Brasil, são recicladas, sendo a maior taxa de reaproveitamento do mundo.

De acordo com Alfredo Veiga, diretor de Negócios da maior recicladora de latas de bebidas usadas no país, além de contribuir para o meio ambiente, A prática cumpre um importante papel econômico e social no país. “O processo de reciclagem consome 90% a menos de energia elétrica e emite 90% a menos de CO2 quando você compara à produção do alumínio primário. Hoje são 800 famílias no Brasil que vivem da coleta da lata de alumínio usada, então tem um papel muito importante”, afirma.

As latas de alumínio demoram cerca de 200 a 500 anos para se decompor na natureza. A reciclagem desse tipo de material tem se tornado cada vez mais popular no Brasil. O país é campeão mundial na reciclagem de latinhas. Além disso, mais da metade do alumínio produzido em terras brasileiras vem da reciclagem, o equivalente a 55,4%. Porcentagem que se destaca em relação à média mundial, que gira em torno de 25,9%. Segundo Milton Rego, presidente da Associação Brasileira do Alumínio, esse processo se deve à indústria brasileira, que se especializou nesse tipo de reciclagem.

“Há uma junção de várias decisões boas ao longo dos últimos 30 anos. Que o alumínio pode ser reciclado infinitas vezes. A hipótese que a gente trabalha, no Brasil e em outros países, é que ¾ do total de alumínio produzido no mundo nos últimos 100 anos ainda está em uso”, explica. A Bolsa de Londres, que define o preço dos metais no mundo todo, está alinhada com um cenário mais verde e sustentável. Para 2021, eles pretendem criar uma plataforma exclusiva apenas para comercialização de alumínio produzido com práticas que não agridam o meio ambiente. Este pode ser um ponto positivo para o Brasil,que está bem posicionado nesse cenário mundial, além de estimular a sustentabilidade em indústrias nacionais do setor

*Com informações da repórter Caterina Achutti

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