Câmara aprova moções de repúdio aos atos racistas contra Vinícius Jr.

Também nesta terça-feira, 23, coletivos do movimento negro se manifestaram em frente ao Consulado da Espanha, em São Paulo, em solidariedade ao craque do Real Madrid e para cobrar as autoridades espanholas

  • Por Jovem Pan
  • 24/05/2023 10h44
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JOSE JORDAN/AFP Vinicius Júnior aponta para a arquibancada após ter ouvido insultos racistas no estádio Mestalla, do Valencia O atacante brasileiro do Real Madrid, Vinicius Junior, reage ao ser insultado apontando para as arquibancadas durante a partida de futebol da liga espanhola entre Valencia CF e Real Madrid CF no estádio Mestalla, em Valência, em 21 de maio de 2023

A CPI das Apostas, comissão que investiga a manipulação de resultados no futebol brasileiro, aprovou por unanimidade uma moção de repúdio aos ataques racistas sofridos por Vinícius Jr., craque do Real Madrid e da Seleção Brasileira. A moção cita nominalmente a FIFA, a Real Federação Espanhola de Futebol e a La Liga, e pede providências imediatas sobre o episódio. A Câmara dos Deputados aprovou as moções de repúdio aos ataques racistas e o presidente da Casa, Arthur Lira (PP), repudiou o que aconteceu com o jogador: “Parabenizo as senhoras deputadas e os deputados pela postura sempre muito atenta a todas as injustiças e todo o tipo de preconceito que exista, principalmente contra brasileiros, como com qualquer pessoa que sofre desse mal”. O atacante foi alvo de sucessivas ofensas de cunho racial dentro do futebol espanhol. Também nesta terça-feira, 23, coletivos do movimento negro se manifestaram em frente ao Consulado da Espanha, em São Paulo.

Frases como “La Liga racista” foram projetadas no prédio e manifestantes acenderam sinalizadores e gritaram palavras de ordem em solidariedade ao jogador. Nos cartazes, muitas críticas à instituição que controla o futebol espanhol e ao seu presidente, Javier Tebas, que negou que o campeonato seja racista. A Polícia Militar isolou uma das faixas da rua e acompanhou a manifestação. Uma carta foi lida em coro pelos presentes: “Não foi um caso isolado, não foi apenas um torcedor, já o xingaram de ‘macaco’, desejaram sua morte e encenaram seu enforcamento. É violência racial”. No discurso coletivo, também foram feitas críticas ao Estado espanhol: “É agressão de um Estado racista e de uma extrema-direita espanhola que oprime os negros, imigrantes, LGBTQIA+ e mulheres”. Nenhum representante do consulado espanhol saiu para falar com os manifestantes.

Depois da repercussão do caso, o árbitro da partida entre Valencia e Real Madrid, que expulsou o brasileiro após ele sofrer ataques, foi demitido. Sete pessoas foram reconhecidas e presas pro envolvimento em episódios racistas, quatro deles teriam pendurado um boneco do atacante em uma ponte. O Valencia foi multado em 45 mil euros (equivalente a R$ 240 mil) e ainda terá uma de suas arquibancadas fechada durante cinco jogos. A Federação Espanhola também anulou o cartão vermelho recebido por Vini Jr. na partida.

*Com informações do repórter Misael Mainetti

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