Campos Neto vê inflação persistente e cita recorde na criação de vagas de trabalho formal

Presidente do Banco Central afirmou que Brasil precisa de vacinação eficiente para melhor retomada

  • Por Jovem Pan
  • 31/03/2021 10h39 - Atualizado em 31/03/2021 18h08
Edu Andrade/Estadão Conteúdo Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto afirmou que o país aprendeu a lidar melhor com a pandemia da Covid-19 Roberto Campos Neto participou do evento virtual encontro Perspectivas Econômicas e de Investimento para o Brasil 2021

O presidente do Banco Central ressaltou inflação mais persistente e o risco da contaminação no ano de 2022. Roberto Campos Neto admitiu uma alta mais forte da taxa Selic, elevada em março em 0,75% — de 2% para 2,75%. Ele destacou que o fim do auxílio emergencial teve efeito menor que o esperado em reação a resposta da economia, mas reforçou o maior desafio brasileiro. “Vai ser muito difícil segurar o monetário quando o fiscal está descontrolado. Eu digo sempre que, quanto a divida pública, hoje o Brasil é o mais endividado do mundo, só perde da Angola e Líbia. A gente precisa ter um plano de consolidação fiscal. Nesse sentido, o BC não é o piloto — ele é o passageiro. Se a gente não conseguir achar um equilíbrio fiscal, o lado monetário fica bem menos eficiente.”

Campos Neto citou o recorde da criação de vagas de trabalho com carteira assinada em fevereiro e apontou retomada do mercado formal, mas disse que havia uma melhor expectativa para o primeiro semestre. “Para toda nossa análise concretizar, precisamos de maior reabertura da economia. Para isso precisamos de uma vacinação eficiente para que as pessoas voltem a suas vidas normais. Como os americanos chamam, tem o efeito medo. E aí as pessoas tem medo independente do que está acontecendo.” Roberto Campos Neto participou do evento virtual encontro Perspectivas Econômicas e de Investimento para o Brasil 2021, do banco Daycoval. Ele descartou, ainda, que o BC estaria super otimista com a projeção de alta do PIB de 3,6% em 2021.

*Com informações do repórter Marcelo Mattos

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