Chegada de vacinas não representa fim de medidas de prevenção, alertam especialistas
Mesmo com a imunização, as pessoas ainda vão precisar seguir as regras sanitárias
Milhares de mortos e infectados pela Covid-19. Muitos hospitais com lotação máxima dos leitos de UTI. Por causa do desrespeito de muitos, o vírus continua se propagando na velocidade da luz. Para piorar a situação, ainda existem as pessoas que tem poder de transmissão ainda mais potente. É o que explica o infectologista Renato Kfouri. “Isso tem a ver com a carga viral de quem está infectado, a reprodução dos vírus no organismo e a imunidade. Cerca de 20% das pessoas são responsáveis por 80% da transmissão dos casos. São os super transmissores.”
A Giovanna perdeu uma tia para a Covid-19 e a mãe também foi infectada. Ela relata os momentos de tensão que vive até hoje. “Dois meses depois de perder a irmã, minha mãe se infectou. E ela precisou ficar internada, foi para a UTI. É muito difícil manter a cabeça fria, o pensamento positivo. Até por conta da experiência próxima que a gente teve da minha tia. E você fica com medo não só pelo período de internação, mas também pelo pós. Porque mesmo que ela tenha tido alta, ela ainda depende de oxigênio, de fisioterapia. A gente fica com medo de sequela, de embolia, alguma trombose.”
O vírus circula pelo ar e, por isso, é tão importante o uso de máscaras. Mas parece que muita gente esqueceu das medidas de segurança e continua a ignorar as regras sanitárias. Resultado: 200 mil mortes, o segundo maior índice do mundo. O Guilherme foi infectado em novembro do ano passado, bem na época em que as pessoas planejavam as festas de final de ano. “Você sai de casa, mesmo com todos os protocolos, e você acaba de alguma maneira ficando em risco. Acho que a questão é mais sobre você gerenciar esse risco e, é claro, não se expor de uma maneira absurda.”
A vacina está muito próxima de ser aplicada no Brasil. A CoronaVac, do Butantan em parceria com a Sinovac, comprovou eficácia considerada positiva por especialistas. A vacina de Oxford, com a AstraZeneca, está sendo estudada para ter aplicação em dose única no Brasil. Mesmo com a imunização, as pessoas ainda vão precisar seguir as regras sanitárias. É o que explica o presidente da Associação Médica Brasileira, César Eduardo Fernandes. “O processo de vacinação da população deve durar por um período bastante longo. Enquanto isso, as pessoas vacinadas devem continuar se protegendo para a Covid não contaminar pessoas que ainda não foram vacinadas ou até a si mesmas. A efetividade é alta, mas não é 100%.” Por isso, não deixa a máscara e o álcool em gel em casa.
*Com informações da repórter Mônica Simões
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