Mundo já tem mais de 200 vacinas em desenvolvimento; distribuição desigual preocupa

Pelo menos oito vacinas já foram aprovadas para uso emergencial ou definitivo

  • Por Jovem Pan
  • 09/01/2021 10h28
EFE/EPA/GIUSEPPE LAMI - 05/01/2021 Profissional da saúde olha para vacina da Covid-19 Os imunizantes da Pfizer e da Moderna alcançaram mais de 90% de eficácia; o de Oxford, 70%

Em uma corrida científica inédita para garantir uma vacina contra a Covid-19, em menos de um ano mais de 200 imunizantes contra a doença começaram a ser desenvolvidos de acordo com a OMS. O objetivo, de acordo com Jamal Suleiman, infectologista do Hospital Emílio Ribas, é apenas um: garantir a produção de anticorpos contra o vírus, já que a vacina é a única forma de acabar de vez com a pandemia.

“O que que é imunizar pessoas? É você promover, nas pessoas, a capacidade delas responderem a uma determina agressão. Então, quando ela for exposta a agressão ela já vai ter uma reserva para combater o agente, o vírus, a bactéria. Pelo menos oito vacinas já foram aprovadas para uso emergencial ou definitivo e começaram a ser aplicadas em cerca de 50 países. Os imunizantes da Pfizer e da Moderna alcançaram mais de 90% de eficácia. O de Oxford, 70%.

Luiz Gustavo de Almeida, PhD em Microbiologia pelo Instituto de Ciências Biomédicas da USP, explica que a OMS pede que esse número atinja, pelo menos, 50% — mas que é essencial que a última fase de testes clínicos tenha sido atingida. “Esse número de eficácia de 90%, 94% é comparando os grupos. É porcentagem de pessoas que ficaram doentes no grupo controle em relação ao que realmente foi vacinado. Essa fase é derradeira, a que a gente precisa passar. Se ela chegou até aqui e não deu certo, joga fora.”

O infectologista Jamal Suleiman alerta, no entanto, que o nível da eficácia não é o mais importante nesse momento de emergência atual — e, sim, a quantidade de pessoas que serão vacinadas no menor tempo possível, já que algumas delas podem não desenvolver os anticorpos. “Eu, tomando, posso me proteger. Se todos nós tomarmos, todos estaremos protegidos ainda que eu não tivesse respondendo. Nessa situação a gente tem que correr para ajudar a resolução do problema. Porque eu quero voltar à normalidade.”

Mas, afinal, se já existem vacinas seguras e eficazes disponíveis para diversas partes do mundo, o que ainda é preciso para o que o Brasil inicie o processo? Para o microbiologista Luiz Gustavo de Almeida, o que falta é organização. “Virou um pouco de questão política, atrapalhou muito. A gente tem um sistema de dar inveja, de vacinação. Um PNI que é referência mundial. Só falta falar ‘olha, teremos essa vacina e essa quantidade que vai ser distribuída de tal para tal’ e o governo de cada estado distribuir. É conversa com quem sabe fazer isso.”

*Com informações da repórter Beatriz Manfredini

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