Cidade de São Paulo reduz em 45% o número de novas infecções por HIV em seis anos
Principal gargalo no combate à doença é a limitação da testagem, pois cerca de 20 a 25% dos diagnósticos ainda são feitos em estágios tardios
Quase 11 mil brasileiros morreram de HIV como causa básica em 2022. Dados do Ministério da Saúde foram divulgados na última semana para marcar o Dia Mundial de Luta contra a Aids, ocorrido no dia 1º de dezembro. Neste Dezembro Vermelho, mês que marca a campanha mundial de conscientização e combate à doença, a cidade de São Paulo registrou, pelo sexto ano consecutivo, redução no número de novos casos de infecção por HIV. Em 2022, foram 2.066 novos casos, segundo o boletim epidemiológico mais recente da Secretaria Municipal de Saúde. O número é 45% menor do que em 2016, quando foram feitos 3.761 registros. Na comparação com 2021, que teve 2.393 novos casos, a queda foi de 13,6%. O HIV, sigla em inglês para vírus da imunodeficiência humana, é o retrovírus que causa a Aids. Ele ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças.
O HIV pode ser transmitido via relações sexuais sem o uso de preservativo, uso compartilhado de seringa, transfusão de sangue contaminado ou durante a gravidez, parto ou amamentação de uma mãe portadora do vírus. Em entrevista à Jovem Pan News, o infectologista Alexandre Naime Barbosa apontou que a expansão do acesso aos serviços de testagem e tratamento possibilitaram a capital paulista reduzir o volume de novas infecções: “Quando a pessoa tem a infecção pelo HIV, recebe tratamento e faz o tratamento correto, antigamente conhecido como ‘coquetel’. Aí a gente consegue atingir o que a gente chama de carga viral indetectável no sangue e esse indivíduo, a partir desse momento, deixa de transmitir, o que reflete nesta boa notícia”.
Ao todo, desde 2018, a cidade de São Paulo realizou cinco milhões de testes rápidos para detectar o HIV. Em 15 a 20 minutos o resultado fica pronto e quando o diagnóstico é positivo o paciente pode iniciar o tratamento imediatamente. A Rede Municipal Especializada em ISTs e Aids é composta por 28 serviços, entre eles as unidades de atenção especializada. O tratamento, que antes era complexo e repleto de efeitos colaterais, hoje se resume a dois comprimidos diários. Medicações podem ser retiradas de graça na rede municipal de saúde. O principal gargalo no combate ao HIV é a limitação da testagem, pois cerca de 20 a 25% dos diagnósticos ainda são feitos em estágios tardios da doença.
*Com informações da repórter Soraya Lauand
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.