Cinemas e museus reabrem a partir deste sábado em SP, mas retomada não deve alavancar turismo
Levantamento da Fecomercio aponta prejuízo de R$ 65 bilhões para o setor até fevereiro
A estudante Fernanda da Silva Salles não via a hora de voltar a frequentar os museus de São Paulo. “Faz muito tempo que a gente está em casa e gente cansa de ficar em casa. Absorver um pouco de informação faz toda diferença nesse momento”, comenta. A partir deste sábado, 24, todo o setor cultural pode reabrir no Estado. Cinemas, bibliotecas e instituições como o Masp voltam a funcionar em horário reduzido e com apenas 25% do público. A Pinacoteca, na capital, retoma as atividades com quatro exposições. Uma das atrações é a mostra inédita do artista plástico brasileiro José Damasceno. Segundo o diretor geral da instituição, Jochen Volz, o espaço está se preparando para proporcionar uma experiência segura aos visitantes. “A gente trabalha com pré-agendamento, com hora marcada, com número muito menor [de visitantes] para garantir que sempre tenha distanciamento nos espaços. É obrigatório andar de máscara, também no momento de tirar selfie, aproveitar a disponibilidade de álcool gel na entrada e outras partes do museu.”
A reabertura dos museus traz um misto de alegria e frustração, já que muitos visitantes são turistas, receosos de viajar com medo da pandemia. Segundo um levantamento da Fecomercio, o turismo brasileiro acumulou um prejuízo de R$ 65 Bilhões até fevereiro. O resultado é alarmante: em meio à crise, o setor perdeu mais de um terço do tamanho. O setor aéreo foi o mais impactado, com queda de quase 60% do faturamento. Afetando, também, agências e operadoras de viagens. Segundo a presidente do conselho de turismo da entidade, Mariana Aldrigui, as perdas do setor de turismo são irrecuperáveis. “Como setor de serviços, a gente não recupera prejuízo, qualquer empresário do setor de serviços não trabalha com estoque. Portanto não tem como recuperar prejuízo, ele precisa de previsibilidade e segurança para dar conta dos próximos meses”, relata. Mariana Aldrigui defende à oferta de linhas de créditos, e acredita que o setor deve levar até cinco para voltar ao patamar de 2019.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.