Colapso em Manaus: Secretário de Saúde do Amazonas nega omissão de Pazuello

Segundo Marcellus Campêlo, ministro ajudou a ‘tomar medidas de apoio logístico’

  • Por Jovem Pan
  • 16/02/2021 08h45 - Atualizado em 16/02/2021 10h46
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EFE / Fabio Motta Eduardo Pazuello imagem de perfil Para o secretário, o que aconteceu no território amazonense foi resultado de um "desequilíbrio do consumo em função da logística"

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, não foi omisso e não deve ser responsabilizado pelo colapso na saúde do Amazonas, avalia o secretário de saúde do estado, Marcellus Campêlo. Segundo ele, o ministro atuou “imediatamente” após tomar conhecimento da crise para distribuição de oxigênio. “No primeiro momento que soube o ministro nos ajudou a tomar medidas de apoio logístico”, disse. Para o secretário, o que aconteceu no território amazonense foi resultado de um “desequilíbrio do consumo em função da logística”. “Quem conhece Manaus sabe que não temos acesso rodoviário, para chegar ao Amazonas por via rodoviária tem que ir até Belém subir o Rio Amazonas por sete dias de balsa ou descer o Rio Madeira por quatro ou cinco dias de balsa. Não era possível trazer cilindros de oxigênio líquido por via aérea em aviões terceirizados, só podemos trazer em aviões militares. Em 7 de janeiro a empresa nos comunicou que estaria com problemas de logística e regularidade das balsas, que iriam chegar até dois dias, pediu apoio logístico para fazer uma requisição de um estoque de concorrente para equilibrar. Liguei para o ministro e no mesmo momento foi acionado o comando. No outro dia, os aviões foram buscar os cilindros em Belém”, disse em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan.

Segundo o secretário, o consumo de oxigênio no Amazonas mais que triplicou durante a primeira semana de 2021, passando de 20 mil para 70 mil metros cúbicos consumidos em 10 dias. “Tivemos que triplicar o atendimento de internações. Todas as unidades de saúde viraram a chave para atendimento da Covid-19, isso demandou, em um curto período de tempo, um consumo três vezes maior de oxigênio”, explicou, citando a instalação de mini usinas no estado para garantir maior produção do insumo hospitalar. Segundo Campêlo, o Ministério da Saúde já enviou duas remessas de cargas de oxigênio para o Amazonas e fará a terceira nos próximos dias. Durante os dias críticos do estado, no entanto, além de autoridades, artistas, músicos e influenciadores, como Whindersson Nunes, Tatá Werneck, Marília Mendonça, Wesley Safadão, Tierry, Gusttavo Lima e o jogador Richarlison se mobilizaram para a compra de mais oxigênio para o estado. “O consumo tem caído, os números têm caído na última semana. A nossa taxa de contaminação no pico dessa crise saiu de 1,3 e está abaixo de 1, o que mostra que os efeitos do decreto de restrição implementado há 15 dias surtiu efeito.”

Marcellus Campêlo falou ainda sobre a vacinação massiva da população amazonense e da nova variante do coronavírus, a P1, identificada no estado. De acordo com ele, a nova cepa já tinha sido detectada “ao longo de 2020, mas não tinha incidência significativa”. A partir de dezembro, no entanto, o cenário mudou, chegando a 52% dos casos monitorados no último mês do ano sendo da nova mutação, número que atingiu 91% em janeiro de 2021, mostrando a disseminação no estado. “Está muito clara a influência da variante nesse período de dezembro e janeiro. Ao saber da publicação, o governo restringiu circulação, fechando atividades econômicas e ainda estamos com decreto de restrição. Escolas continuam fechadas, comércio de modo geral fechado. Só vamos fazer reabertura de forma responsável, assim como no ano passado, quando houver diminuição de casos.”

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