‘Colocamos o interesse da população acima de tudo’, diz senador sobre PEC das ‘Bondades’

Segundo Izalci Lucas, líder do PSDB no Congresso, parlamentares entendem que a medida dá vantagens a Bolsonaro na corrida presidencial, mas não poderiam deixar de aprovar uma política pública necessária para o povo brasileiro em momento de crise

  • Por Jovem Pan
  • 01/07/2022 10h00 - Atualizado em 01/07/2022 12h19
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Geraldo Magela/Agência Senado Senador Izalci Lucas Senador Izalci Lucas, líder do PSDB no Congresso Nacional

A PEC das “Bondades”, que permite aumento do Auxílio Brasil para R$ 600 e cria novos benefícios em ano eleitoral, como o vale-caminhoneiro, de R$ 1 mil — válidos até o final de 2022 — foi aprovada na noite da última quinta-feira, 30, no Senado Federal. O senador Izalci Lucas (PSDB-DF), líder do partido no Congresso Nacional, concedeu uma entrevista ao vivo para o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, para falar sobre o assunto. Segundo ele, os parlamentares entendem que a medida dá vantagens ao presidente Jair Bolsonaro (PL) na disputa pelo Palácio do Planalto, mas que, mesmo assim, não poderiam deixar de aprovar uma política pública necessária para o povo brasileiro em momento de crise. Segundo ele, os senadores colocaram os interesses da população em primeiro lugar.

“De fato é uma medida extraordinária em aspecto eleitoral, mas em um momento como esse, em que as pessoas estão sem recursos sequer para comprar o gás, a gasolina no preço que está, o diesel do jeito que está e aumentando a inflação, lógico que poderia ter sido feito todo um planejamento anterior, poderia ter sido aprovadas uma série de medidas preventivas, porque todos já sabiam que ia acontecer isso, o petróleo estava aumentando, que vinha o pós-covid. Tudo isso poderia ter sido planejado. Mas a gente não pode também, em função da questão eleitoral, que vai beneficiar, sim, [o presidente Jair Bolsonaro], a gente deixar de aprovar essa matéria (…) Não se discutiu muito a questão eleitoral. A preocupação maior é a situação da população, a situação da falta de condições neste momento (…) Nós temos que pensar, acima de tudo, nas pessoas. Política públcia é para as pessoas, então a gente deixou de lado essa questão partidária e eleitoral e colocamos o interesse da população acima de tudo“, finalizou

“É evidente que a situação atual é preocupante, muitas passando muita dificuldade com relação a própria alimentação, inflação alta, a questão do gás, a questão do petróleo muito alto. Então, não tinha como deixar de votar uma matéria como essa, que não é uma matéria de questão partidária ou de governo. É uma questão de calamidade mesmo, estamos saindo da pandemia, tem essa questão da guerra, que tem aumentado muito o preço do petróleo e, aí, vem a gasolina, vem o gás. Então, nada mais real e urgente do que votar uma matéria como esta. A questão do gás é fundamental. Nós conseguimos ampliar o valor, de conseguir colocar um botijão integral a cada dois meses. A questão dos caminhoneiros também, os autônomos, precisavam de algum apoio. Então, a gente aprovou R$ 1 mil por mês até o final do ano. A gente conseguiu colocar também a emenda dos taxistas, porque os taxistas são credenciados e há como direcioná-los. Uber também seria necessário, mas não se tem o controle. E ficou o compromisso também de se criar alguma coisa para não criar uma concorrência desleal. Há um excesso de arrecadação, então existe recurso para isso. Mas, em função da lei eleitoral, teve-se que colocar como emergencial, como estado de emergência especificamente nesta questão, para não infligir a questão legal com relação à lei eleitoral. Porque ela não permite criação de novos programas nesse período eleitoral. Foi a forma encontrada para resolver essa questão. Foi quase unanimidade, o nosso querido José Serra foi uma exceção, mas por um voto de protesto. Mas, num momento como esse não tinha como deixar de apoiar um programa como esse”, pontuou o senador.

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