Com 16ª maior costa do mundo, Brasil prevê avançar em geração de energia eólica pelo mar
Sistema oferece mais potência de produção pela velocidade e constância dos ventos, devido à inexistência de barreiras
O sistema de energia eólica offshore é a fonte de energia limpa e renovável que aproveita a força do vento que sopra em alto mar. Para explorar ao máximo esse recurso, são desenvolvidas megaestruturas assentadas sobre o leito marinho. O coordenador de gestão de geradores da Trinity Energias Renovaveis, Gustavo Moraes, afirma que as hélices por meio do sistema offshore alcançam uma velocidade maior e mais constante devido à inexistência de barreiras, diferente da modalidade onshore, em terra. “As máquinas, os aerogeradores, nos projetos onshore, as mais recentes chegam a até potências próximas do 6 a 8 megawatt, cada um dos aerogeradores. Quando a gente levar isso para o offshore, a gente consegue trabalhar com potências muito maiores, na faixa dos 12 megawatts. Te máquina mais recente que chega até 15 megawatts”, diz. O ventos que sopram na costa brasileira são propícios para a instalação da energia eólica offshore. “O Brasil já é uma referência em energia eólica, e hoje é majoritariamente é instalada onshore. A gente tem cerca de 20 a 24 gigabytes de potência instalada com onshore. E temos projetos para chegar até 44 gigabytes. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) estima que o potencial de energia eólica offshore pode chegar até 700 gigabytes. Em processo de licenciamento ambiental para offshore, a gente já tem 180 gigabytes, divulgado pelo Ibama no final do ano passado”, diz Moraes. Isso porque o Brasil ocupa a 16ª posição quanto à extensão litorânea no mundo, com quase 7,5 mil quilômetros. Em primeiro lugar está o Canadá, com mais de 200 mil quilômetros.
Com o objetivo de zerar as emissões de gases do efeito estufa até 2050, a Petrobras já tem o planejamento estratégico para implementação de energia eólica offshore entre os anos de 2023 e 2027. Os estudos aprofundados das áreas já estão sendo feitos. Testes em parceria com os Senai do Rio Grande do Norte e Santa Catarina estão sendo desenvolvidos. A ideia é que as estruturas de geração de energia pelo mecanismo sejam montadas perto das plataformas de petróleo já existentes em locais próximos à costa. Como explica o economista especialista em gestão de negócios Rica Mello: “O Brasil acaba ficando numa posição muito privilegiada, como uma das, provavelmente, duas ou três maiores potências de energia eólica do mundo. E na energia eólica offshore ainda, por ter essa costa tão grande, por já ter essas plataformas de petróleo, por já ter uma certa infraestrutura próxima dos lugares onde seriam colocadas de energia eólica. Isso faz com que a gente tenha um potencial enorme, não só de produzir energia para o nosso país, mas também para exportar essa energia”.
Além da possibilidade de exportar energia para países vizinhos, o avanço na energia eólica deve mudar a maneira como os veículos serão abastecidos no Brasil no futuro. “A matriz energética dos carros já está começando a mudar e deve mudar completamente até 2030. Muitas das montadoras já nem devem mais produzir carros movidos a combustão a partir de 2030. Algumas têm planos de fazer isso a partir de 2025. Então vamos pensar que o percentual daqueles que utilizam energia fóssil vai para a energia elétrica. Isso é um consumo importante de energia”, diz. Nos países europeus onde as montadoras já estão mais avançadas nesse quesito, o Reino Unido é o país com a maior capacidade instalada, com o mostra que o Reino Unido é o país com a maior capacidade instalada, com 44% de todas as instalações do sistema offshore em megawatts; depois vem a Alemanha, com 34%; Dinamarca, 7%; Bélgica, 6,4%; e Holanda, 6%, segundo relatório da Associação Europeia de Energia Eólica,
*Com informações do repórter David de Tarso
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