Com aval da Alerj, deputados presos devem ser soltos nesta quarta no Rio de Janeiro

Em uma decisão esperada, deputados da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) decidiram, em votação em plenário nesta terça-feira (22), soltar cinco parlamentares presos no ano passado na Operação Furna da Onça. A investigação, do âmbito da Lava Jato, descobriu uma relação de corrupção entre o poder Executivo e o Legislativo durante a gestão do ex-governador do Estado, Sérgio Cabral.
Foram beneficiados por essa decisão os deputados André Correa (DEM), Luiz Martins (PDT) e Marcus Vinicius Neskau (PTB), que entraram com a reclamação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), e a decisão estende-se também aos parlamentares Chiquinho da Mangueira (PSC) e Marcos Abrahão (Avante). Deles, apenas Chiquinho cumpria prisão domiciliar.
Dos 70 deputados da Casa, 65 estavam presentes e 39 votaram favoravelmente à soltura dos colegas, que deve acontecer nesta quarta-feira (23). Outros 25 foram contrários e um deles não votou.
A discussão, agora, é se esses parlamentares poderão tomar posse de seus cargos e exercer as funções de deputados estaduais, já que há uma decisão do poder Judiciário proibindo que eles assumam. Em um ato ilegal, neste ano, o livro de posse saiu da Alerj, sem autorização, e foi até o Complexo de Bangu para que pudesse ser assinado pelos parlamentares presos. Foi baseado nisso que a Justiça decidiu proibir a posse desses deputados.
Para o deputado Chicão Bulhoes (NOVO), além do resultado “revoltante”, seria novamente ilegal que esses parlamentares assumissem seus cargos. “A posse já aconteceu, aconteceu na cadeia. É revoltante. No meu entender, essa posse foi ilegal, porque tiraram o livro de posse de dentro da Alerj e levaram para dentro da cadeia, fora do prazo regimental que já tinha passado. Então todos os aspectos em torno da posse deles, no meu entender, são ilegais. O Ministério Público (MP) entendeu de forma parecida e entrou com uma ação que suspendeu essa posse, então a rigor, hoje, por não terem tomado posse, eles sequer são deputados.”
*Com informações do repórter Rodrigo Viga
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