Com vacinação irregular, Câmara cobra organização e transparência do governo
Em meio à paralisação da imunização por falta de doses, deputados questionam o cronograma de entrega dos imunizantes
A vacinação contra Covid-19 continua irregular no Brasil. A falta de vacinas já fez com que pelo menos cinco capitais parassem a imunização, sendo elas Rio Branco, João Pessoa, Macapá, Aracaju e Maceió. No mês passado, outros municípios também interromperam o cronograma por falta de imunizantes. O Rio de Janeiro, por exemplo, retoma o calendário de vacinação nesta quarta-feira, 16 e busca imunizar, até o sábado, idosos de 75 e 76 anos. Em audiência na Câmara, deputados cobraram mais organização. Membros da comissão externa que acompanha as ações de combate à doença, pediram que o governo federal cumpra o cronograma de entrega de vacinas. A parlamentar Adriana Ventura (Novo) disse que falta previsibilidade e transparência. “Além da previsibilidade, da clareza e da transparência. Os contratos já deveriam estar resolvidos, os prazos não são incertos. Cadê esse planejamento e essa previsão? Eu tenho uma família que tem muitos diabéticos, diabéticos jovens, inclusive, e ninguém sabe quando vai ser vacinado.”
A gerente do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Franciele Fontana, esclareceu que é difícil estabelecer um cronograma diante de um cenário ainda indefinido. “O PNI tem trabalhado exaustivamente para poder aprimorar cada vez mais esse cronograma e dar uma resposta para os Estados organizarem a sua vacinação. Mas é difícil fechar um cronograma quando você tem um cenário que ainda não está 100% definido no que diz respeito às entregas”, disse. Nesta terça-feira, a Anvisa se reuniu com representantes da farmacêutica Janssen para alinhar a autorização do uso emergencial do imunizante. O pedido ainda não foi feito pela empresa. De acordo com a agência reguladora, também estão previstas reuniões com fabricantes da vacina russa Sputnik V e da indiana Covaxin. Ainda no Congresso Nacional, senadores aprovam projeto de lei que prevê até três anos de prisão para quem furar fila da vacinação. Ainda estão previstas punições para servidores públicos que fraudarem a aplicação. A proposta segue agora para a votação na Câmara dos Deputados.
*Com informações da repórter Camila Yunes
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