Comissário da UE chama aglomerações pelo Brasil de ‘imagens vergonhosas’
Segundo o último informe do governo federal, o Brasil tem 7,7 milhões de casos de Covid-19 e 196 mil mortes
O comissário de Economia da União Europeia, Paolo Gentiloni, criticou as imagens sobre o Brasil durante as festividades de ano novo em meio à pandemia de coronavírus. Em sua conta no Twitter, o ex-primeiro-ministro da Itália não deixou claro quais imagens se referiu. A publicação diz: “Tenho visto imagens vergonhosas do Brasil. Média da última semana: 36 mil casos e 700 vítimas por dia pela pandemia”. De fato, muitas manifestações de aglomerações foram registradas, com várias circulando nas redes sociais.
No litoral paulista, em Bertioga, na região de Riviera de São Lourenço, policiais tiveram que dispersar uma multidão que estava na praia interditada. Ainda no litoral de São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro mergulhou no mar e se juntou a um grupo de banhistas. A fiscalização foi intensificada em várias regiões com blitz e fechamento de festas e espaços irregulares. Onze locais foram interditados no final de ano por causa de festas clandestinas em São Paulo. Pelo menos 6,7 mil pessoas foram dispersadas entre o Natal e o Ano Novo.
No entanto, o prefeito de Presidente Prudente, Ed Thomas, liberou o funcionamento do comércio mesmo na Fase 1 – Vermelha do Plano São Paulo. “As aglomerações não são do comércio. De forma nenhuma. Foi todo um planjeamento que não não condiz. Se nós tivermos aumento de casos e de mortes foi porque os leitos de Covid foram retiramos. Estão voltando agora.” O secretário de Desenvolvimento Regional do Estado de São Paulo, Marco Vinholi, diz que alguns exemplos ruins de municípios desrespeitaram a regra. “Nós tivemos um grande número de prefeituras que atuou de forma responsável, mas também tivemos exemplos ruins. É fundamental dizer que os gestores municipais tem a responsabilidade de dar o exemplo e ter o entendimento dos instrumentos que temos para enfrentar a pandemia.”
Para o bancário Everton Varela, a virada de ano foi de reflexão pessoal e tristeza por ver pessoas despreocupadas com a pandemia. “Sozinho, introspectivo, pensando bem. Tentando ter um pouco de esperança apesar de ver a galera aglomerando, fazendo festas clandestinas. E eu em casa, sozinha, de boa. Vamos ver o que via ser agora.” Segundo o último informe do governo federal, até este domingo o Brasil contabilizou 7.733.746 casos de Covid-19, sendo 196.018 mortes. Foram 6.813.008 pessoas que já se curaram da doença.
*Com informações do repórter Fernando Martins
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.