Conselho Nacional de Direitos Humanos recomenda suspensão da Operação Escudo no litoral paulista

Órgão reuniu relatos que indicam graves excessos no uso da força e execuções com disparo de armas de fogo durante ações policiais

  • Por Jovem Pan
  • 02/09/2023 08h00
Taba Benedicto / Estadão Conteúdo Operação Escudo no Guarujá Durante Operação Escudo, 24 pessoas foram mortas na Baixada Santista em decorrência da ação policial

O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) recomendou a suspensão da Operação Escudo da Polícia Militar no litoral de São Paulo. O órgão reuniu ao menos 11 relatos de possíveis violações aos direitos humanos durante atuação dos agentes na Baixada Santista no dia 28 de julho. Até agora, 24 pessoas morreram durante as ações. O CNDH concluiu que os relatos colhidos indicam graves excessos no uso da força e também execuções com disparo de armas de fogo. O conselho recomendou ao governo do estado que encerre a operação imediatamente e que apresente, em um prazo de até 20 dias, esclarecimentos sobre as circunstâncias das mortes em decorrência de intervenção policial. O órgão também pede que o governo esclareça sobre a não utilização de câmeras corporais em alguns policiais envolvidos nas ações e garanta o uso do aparato por todos os agentes envolvidos em outras operações policiais.

A operação teve início em 28 de julho, um dia após o soldado Patrick Bastos Reis, da Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), ser morto por criminosos durante incursão a uma comunidade no Guarujá. Ele e seu colega, que também foi baleado, faziam patrulhamento pela operação Impacto Litoral, desencadeada em junho para combater os altos índices de criminalidade e a forte incidência do tráfico de drogas na região.

*Com informações da repórter Letícia Miyamoto

 

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