Controle do colesterol alto desafia pacientes em meio à pandemia

Sozinho, o colesterol alto não é um fator de risco para a Covid-19, mas ele pode resultar em outras doenças que apresentam complicações quando unidas ao vírus

  • Por Jovem Pan
  • 06/08/2020 07h24 - Atualizado em 06/08/2020 13h47
EFE/EPA/MURTAJA LATEEF A endocrinologista Cynthia Valerio ressalta que é importante, mesmo durante a pandemia, manter um estilo de vida saudável, com boa alimentação e exercícios físicos em dia

Histórico familiar, sedentarismo e dieta inadequada são alguns dos fatores que podem contribuir para taxas altas de colesterol. Apesar de ser essencial para a saúde do organismo, o componente pode ser um problema. Se ele estiver presente em excesso no sangue pode levar a doenças cardiovasculares, derrames, diabetes e hipertensão.  Além disso, essas complicações atacam de maneira silenciosa: sem sintomas, normalmente, as pessoas podem passar anos sem saber que têm o problema. O comerciante Flávio Ferraz Avezum tem 57 anos e lida com a doença há três. Ele explica que só descobriu que tinha colesterol alto porque faz consultas regulares. “Eu começa a passar muito mal, não dormia, minha pressão arterial começou a subir demais. Mesmo controlando com medição, continuava aumentando a pressão. Fizemos uma bateria de exames para chegar ao diagnóstico e foi identificado uma obstrução na artéria renal, que é causada pelo colesterol”, explica.

Sozinho, o colesterol alto não é um fator de risco para a Covid-19, mas ele pode resultar em outras doenças que apresentam complicações quando unidas ao vírus. Por isso, a endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Cynthia Valerio ressalta que é importante, mesmo durante a pandemia, manter um estilo de vida saudável, com boa alimentação e exercícios físicos em dia. “A alimentação tem que ser adequada, evitando todo tipo de fritura, gordura saturada e excesso de quantidade de comida. Ser ativo, praticar atividade física, não fumar. Então são todos aqueles fatores do ambiente, que não dependem da genética, e que a gente pode modificar procurando hábitos saudáveis”, ressalta. Além de ficar atentas às complicações trazidas pelo colesterol alto, a endocrinologista Joana Dantas, também da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, destaca que os pacientes não podem abandonar o tratamento. Ela ressalta, no entanto, que é necessário continuar tomando os cuidados contra a Covid-19. “A não suspensão da medicação que eles usam para o colesterol sem entrar em contato com o seu médico. E também é necessário lembrar de todos os cuidados, como o uso de máscara, já que esses pacientes podem fazer parte do grupo de risco“, explica.  As especialistas alertam que é preciso fazer exames de checagem constantes para controlar os níveis de colesterol no sangue.O resultado ideal para o colesterol total é menor que 200 miligramas por decilitro.

*Com informações da repórter Beatriz Manfredini

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