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Covid-19: Avanço de vacinas anima laboratórios e autoridades, mas pesquisadores pedem cautela

No país, a pesquisa da vacina contra o novo coronavírus é coordenada pela Universidade Federal de São Paulo

Cientistas, médicos e autoridades estão animados com o avanço de pesquisas para o desenvolvimento de vacinas contra o coronavírus. No entanto, especialistas ainda pedem cautela com os resultados. Nesta terça-feira (21), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária autorizou a farmacêutica norte-americana Pfizer e a alemã BioNTech a promover testes de mais uma vacina em mil voluntários brasileiros em São Paulo e na Bahia. Esta é a terceira autorização do tipo concedida pela Anvisa. Estudos desenvolvidos pela Universidade de Oxford e pela empresa chinesa Sinovac, em parceria o Instituto Butantan, já estão em andamento.

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Segundo o gerente geral de medicamentos e produtos biológicos da agência, Gustavo Mendes, o ensaio clínico liberado nesta terça é diferente dos que já estão sendo feitos. “Porque essa vacina usa apenas um fragmento do vírus para induzir a resposta imune. O estudo que a Anvisa aprovou é um estudo de fase 1, 2 e 3, o que significa que todas as fases acontecem ao mesmo tempo. Essa estratégia foi adotada por diversas agências reguladoras internacionais para garantir celeridade na avaliação de vacinas para a Covid-19”, explica.

O Brasil deve participar do último estágio de testes, quando são avaliados dados de qualidade e eficácia e é feita a definição de possíveis doses. Na segunda-feira (20), um artigo científico informou que a vacina experimental para Covid-19 desenvolvida pelas duas empresas apontou que o produto é seguro e capaz de induzir resposta imunológica. Segundo o infectologista, Edimilson Migowski, os resultados são promissores. “Então eu torço para que muitas deem certo, porque como é uma vacina que interessa ao mundo, eu não sei se a Sinovac sozinha atenderia o mundo. Então vejo com alegria vários produtos e vários programas estudando.”

Para o médico infectologista Renato Kfouri, no entanto, ainda é muito cedo para dizer se as vacinas serão realmente eficazes no combate à doença. “O Brasil está na frente nesse cenário, sendo palco de investigações de várias vacinas candidatas da Covid-19 e precisamos respeitar esse preceitos éticos e de segurança de pesquisa. Para que essas boas práticas conduzam a resultados confiáveis no final de seus estudos”, afirma. Ele ressalta que ainda não é possível estimar quando essas vacinas estarão disponíveis para a população. O especialista reforça que os primeiros a terem acesso serão os profissionais da saúde e os pacientes do grupo de risco.

*Com informações da repórter Letícia Santini

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