Correção da tabela do IR isentaria quase 13,8 milhões de contribuintes, dizem auditores

Levantamento da Unafisco identificou uma defasagem de 158,17% em todas as faixas da tabela e mais de 130% na faixa de isenção de declaração

  • Por Jovem Pan
  • 30/12/2023 07h39
Luis Lima/Fotoarena/Estadão Conteúdo Imposto de renda Se houvesse correção integral, ficariam isentos todos os contribuintes com renda de até R$ 4.934,64

A correção da tabela do Imposto de Renda pela inflação isentaria mais de 13,7 milhões de contribuintes da declaração em 2025, segundo estimativa da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco). O cálculo da entidade leva em conta a projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que neste ano ficou em torno de 4,46%, como explica o presidente da associação, Mauro Silva. “A primeira modificação da tabela em maio de 2023 foi muito tímida, alterou apenas o limite de isenção de R$ 1.903 para R$ 2.112. Muito tímida a mudança, confirmando mais um ano de injustiça fiscal para a classe média assalariada, que está suportando um ônus muito grande ao passo que os mais ricos estão bem aliviados. Quando a gente faz o levantamento da inflação, nós enxergarmos que há uma defasagem na tabela de 158,17% em todas as faixas e mais de 130% na faixa de isenção. Então, há uma defasagem muito grande”, explica.

Atualmente, quem ganha acima de R$ 2.112 está sujeito a pagar imposto. Desde 2015, a tabela do Imposto de Renda está sem correção. Os auditores dizem que se houvesse correção integral, com base nas perdas inflacionárias, ficariam isentos todos os contribuintes com renda tributável de até R$ 4.934,64. “Se a tabela tivesse sido reajustada, a classe média estaria pagando menos R$ 204 bilhões por ano de imposto. É um valor bastante significativo, que certamente estaria indo para a economia, e o mais ricos teriam que pagar mais imposto para compensar a diferença. Com a correção que Lula fez até agora, nós dificilmente podemos imaginar que ele vai conseguir chegar até o final do governo corrigindo o limite de hoje para R$ 4.934”, aponta Mauro. 

Em agosto, o presidente Lula sancionou uma lei que ampliou a faixa de isenção da tabela do imposto de renda da pessoa física até o valor bruto de R$ 2.640, quando o desconto simplificado for superior às deduções permitidas. Desde a campanha, Lula vem reafirmando a promessa de isentar do Imposto quem ganhar até R$ 5 mil. 

*Com informaçõe do repórter André Anelli

 

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