‘Corrupção mantém a Cracolândia’, diz padre Júlio Lancellotti a Janaina Paschoal

Deputada estadual criticou o religioso e a Pastoral do Povo da Rua de São Paulo pela distribuição de comida a dependentes químicos e disse que ação na Cracolândia ‘só ajuda o crime’

  • Por Jovem Pan
  • 09/08/2021 06h12 - Atualizado em 09/08/2021 10h48
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Reprodução Padre Júlio Lancellotti Padre convidou a deputada para visitar a região da Cracolândia e as igrejas que trabalham com a população de rua

A deputada estadual, Janaina Paschoal, criticou o padre Júlio Lancellotti e a Pastoral do Povo da Rua de São Paulo pela distribuição de comida a dependentes químicos. Pelas redes sociais, Janaína afirmou que “a distribuição de alimentos na Cracolândia só ajuda o crime”, e que “os voluntários ajudariam se convencessem os assistidos a fazer tratamento e ir para os abrigos”. As declarações foram feitas depois que o padre acusou a Polícia Militar de intimidar agentes da pastoral no bairro da Luz, no Centro de São Paulo. Segundo a denúncia, policiais tentaram evitar a entrega de comida aos moradores de rua. A postagem da deputada foi criticada e, neste domingo, 8, ela voltou às redes sociais para dizer que o problema na região existe há anos e que “alimentar no vício só estimula o ciclo vicioso”.

No seu perfil, Lancellotti reproduziu um meme com imagens que representariam a deputada dormindo enquanto o número de brasileiros que morreram por Covid-19 se aproxima de 600 mil. Depois a deputada acorda e fica revoltada com a doação de comida. Ao Uol, o religioso disse que “alimentar as pessoas na Cracolândia é uma questão humanitária. Não seria matá-los de fome que resolveria o problema”. Júlio Lancellotti afirmou ainda que “dividir a comida estabelece vínculos com os dependentes de drogas” e que a “não é o alimento que mantém a Cracolândia, mas a corrupção”. Dito isso, o padre convidou a deputada para visitar a região e as igrejas que trabalham com a população de rua e conhecer pessoas que conseguiram vencer o vício e sair da rua. O religioso publicou ainda um vídeo nas redes sociais agradecendo aos que se solidarizam com o trabalho Pastoral do Povo da Rua de São Paulo e afirmando que o “objetivo não é distribuir comida, mas ser alimento, força e esperança para aqueles que estão esquecidos, marginalizados e excluídos”.

*Com informações da repórter Letícia Santini

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