Covid-19 causa mais sequelas em mulheres, diz nova pesquisa; homens são maioria das vítimas

Estudo também mostra que 30% das procuras por atendimentos nos últimos dois anos foram de pacientes para tratar doenças decorrentes do coronavírus

  • Por Jovem Pan
  • 04/07/2022 08h17 - Atualizado em 04/07/2022 08h17
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Drazen Zigic/Freepik Closeup de mulher com rosto tomando remédio de prescrição em casa Estudo revela que mulheres são as que mais sofrem com sequelas decorrentes da Covid-19

Uma pesquisa revelou que as mulheres são as pessoas que mais sofrem de sequelas da Covid-19 no Brasil. Os dados mostram também que os homens são os que mais morrem em decorrência da doença. O levantamento foi liderado pela neurocientista Lúcia Braga, da Rede Sarah, que administra hospitais de reabilitação. “Os homens se contaminaram mais e morreram mais, mas as sequelas neuropsicológicas foram predominantemente em mulheres, 73% da amostra foi de mulheres”, revela a pesquisadora. O estudo também mostra que 30% das procuras por atendimentos nos últimos dois anos foram de pacientes para tratar sequelas da Covid-19, os números surpreendem as equipes médicas.

Os pesquisadores também descobriram que não houveram diferenças significativas nas sequelas entre jovens e idosos. “O jovem não ficou nem melhor, nem pior do que o idoso. Às vezes o jovem estava pior do que o idoso. E as pessoas com o idoso já acham que ele está com Alzheimer e no jovem acham que está com Covid longa”, relata Lúcia. A médica explica que a gravidade dos sintomas não influencia nas sequelas: “Desta amostra de 614 pacientes, só um terço foi internado e só 10% foram entubados, foram casos mais graves. Dos que vieram nos procurar, muitos tiveram uma Covid muito leve, mas com sequelas mais importantes. A pessoa tem só uma ‘gripezinha’ e de repente se depara com muitos problemas de memória”.

O paciente que teve a Covid-19 e está com problemas de memória, dificuldades de manter a rotina organizada ou fluência verbal comprometida deve procurar um médico. O trabalho do Hospital Sarah por novas respostas às sequelas do coronavírus não acabou, a pesquisa passa agora por uma segunda fase e já despertou até o interesse de outros países. A presidente da unidade de saúde vai apresentar os dados em Paris e Nova Iorque em outubro e novembro, respectivamente.

*Com informações da repórter Iasmin Costa

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