Covid-19 causa mais sequelas em mulheres, diz nova pesquisa; homens são maioria das vítimas
Estudo também mostra que 30% das procuras por atendimentos nos últimos dois anos foram de pacientes para tratar doenças decorrentes do coronavírus
Uma pesquisa revelou que as mulheres são as pessoas que mais sofrem de sequelas da Covid-19 no Brasil. Os dados mostram também que os homens são os que mais morrem em decorrência da doença. O levantamento foi liderado pela neurocientista Lúcia Braga, da Rede Sarah, que administra hospitais de reabilitação. “Os homens se contaminaram mais e morreram mais, mas as sequelas neuropsicológicas foram predominantemente em mulheres, 73% da amostra foi de mulheres”, revela a pesquisadora. O estudo também mostra que 30% das procuras por atendimentos nos últimos dois anos foram de pacientes para tratar sequelas da Covid-19, os números surpreendem as equipes médicas.
Os pesquisadores também descobriram que não houveram diferenças significativas nas sequelas entre jovens e idosos. “O jovem não ficou nem melhor, nem pior do que o idoso. Às vezes o jovem estava pior do que o idoso. E as pessoas com o idoso já acham que ele está com Alzheimer e no jovem acham que está com Covid longa”, relata Lúcia. A médica explica que a gravidade dos sintomas não influencia nas sequelas: “Desta amostra de 614 pacientes, só um terço foi internado e só 10% foram entubados, foram casos mais graves. Dos que vieram nos procurar, muitos tiveram uma Covid muito leve, mas com sequelas mais importantes. A pessoa tem só uma ‘gripezinha’ e de repente se depara com muitos problemas de memória”.
O paciente que teve a Covid-19 e está com problemas de memória, dificuldades de manter a rotina organizada ou fluência verbal comprometida deve procurar um médico. O trabalho do Hospital Sarah por novas respostas às sequelas do coronavírus não acabou, a pesquisa passa agora por uma segunda fase e já despertou até o interesse de outros países. A presidente da unidade de saúde vai apresentar os dados em Paris e Nova Iorque em outubro e novembro, respectivamente.
*Com informações da repórter Iasmin Costa
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