CPI da Covid-19 ouve servidora da Saúde acusada de aprovar Covaxin

Regina Célia Silva Oliveira é suspeita de ter autorizado a importação da vacina indiana em um contrato fraudulento

  • Por Jovem Pan
  • 06/07/2021 06h58 - Atualizado em 06/07/2021 11h26
KEVIN DAVID/A7 PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Frascos da vacina indiana Covaxin são enfileirados Ministro do TCU, Benjamin Zymler, pediu ao Ministério da Saúde esclarecimentos sobre o preço da Covaxin

A CPI da Covid-19 recebe nesta terça-feira, 6, a servidora do Ministério da Saúde Regina Célia Silva Oliveira. Ela é suspeita de ter autorizado a importação da vacina Covaxin em um contrato fraudulento, segundo relato dos irmãos Miranda. Em depoimento à CPI, eles disseram que os negócios só não concretizaram porque foram barrados por Luis Ricardo Miranda. Além disso, existe a suspeita de que a servidora teria sido indicada à pasta pelo deputado Ricardo Barros, líder do governo na Câmara, e que também estaria implicado no caso segundo os irmãos. Nesta segunda-feira, 5, o ministro do Tribunal de Contas da União, Benjamin Zymler, pediu ao Ministério da Saúde esclarecimentos sobre o preço da Covaxin — a vacina mais cara negociada pelo governo até aqui.

Na reunião de hoje, a CPI também deve votar a quebra do sigilo fiscal, bancário, telefônico e telemático de Ricardo Barros e Luis Miranda. Pelas redes sociais, Barros voltou a negar que tenha relação com a negociação da Covaxin. O deputado também vem cobrando que a CPI marque o depoimento dele. O Supremo Tribunal Federal deu cinco dias para a comissão se manifestar sobre o adiamento da oitiva, que estava prevista para quinta-feira. Outro requerimento que deve ser autorizado é a convocação de Cristiano Carvalho, representante da Davati Medical Supply no Brasil. A empresa teria intermediado a tentativa de compra de vacinas em que o ex-diretor do Ministério da Saúde Roberto Dias teria pedido propina. Apesar do foco da CPI estar nas ações do governo federal, governistas ainda tentam convocar representantes de governos estaduais.

O senador Eduardo Girão ainda vai insistir na pauta. “Porque a blindagem ficou muito clara. Um detalhe importante, pouca gente sabe disso: 82% dos senadores que compõem a comissão, ou seja, 11 titulares e 7 suplentes, são de onde? Do Norte e Nordeste do Brasil.” Nesta segunda-feira, o senador Alessandro Vieira propôs a criação da CPI da Rachadinha. O colegiado investigaria as recentes denuncias da prática envolvendo o presidente Jair Bolsonaro em gravações de Andrea Siqueira Valle, ex-cunhada dele, em matéria publicada pelo UOL. São necessárias 27 assinaturas para o pedido ser protocolado. Já o senador Renan Calheiros quer convocar Andrea Valle para a CPI da Covid-19. Segundo o relator, o depoimento seria útil para saber se houve espelhamento do caso na gestão da pandemia por parte do governo federal.

*Com informações do repórter Levy Guimarães

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