CPI da Covid-19 patina na ânsia de desgastar o governo, diz Eduardo Girão

Senador defende que a comissão tenha mais serenidade e conduza as investigações de forma ‘mais técnica’; para ele, ainda não há nada que comprove casos de corrupção na compra de vacinas

  • Por Jovem Pan
  • 19/07/2021 08h31 - Atualizado em 19/07/2021 09h48
Pedro França/Agência Senado À bancada, em pronunciamento, senador Eduardo Girão (Podemos) Eduardo Girão defende que o período de recesso seja usado para refletir o andamento da comissão

O senador Eduardo Girão (Pode), integrante da CPI da Covid-19, avalia que o colegiado está “patinando na ânsia de desgastar o governo federal“. Na avaliação do parlamentar, é preciso que os colegas conduzam as investigações com serenidade e tranquilidade, sem pré-julgamentos. Por isso, ele defende que o período de recesso seja usado para refletir o andamento da comissão. “Vemos uma sanha muito grande de se buscar narrativas e isso é muito preocupante para o país, que já vive uma crise sanitária, desemprego alto, pessoas com fome. É o momento de parar um pouco, refletir, ter mais técnica, deixar a politicagem. Está cada dia mais claro que o objetivo sempre foi antecipar o calendário político de 2022.[…] Que haja uma reflexão entre os parlamentares no aspecto de buscar um caminho com mais foco, porque a  CPI vem patinando nessa ânsia de desgastar o governo”, afirmou em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, nesta segunda-feira, 19. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado Federal entrou em recesso na última semana e retorna com novos depoimentos no dia 3 de agosto. Enquanto isso, Eduardo Girão espera que a “poeira possa assentar”.

A proposta é que a comissão retome os trabalhos aprofundando nas investigações sobre supostos casos de corrupção envolvendo a compra de vacinas contra a Covid-19 e membros do Ministério da Saúde, como o ex-ministro Eduardo Pazuello e ex-servidores. No entanto, para Girão, ainda não há nada que materialize as irregularidades. “Até o momento não se conseguiu materialidade, compras não foram feitas. O que a gente viu é que há um grande esquema internacional no caso da oitiva da Davatti, ela já deu problema no Canadá. Pedi para contatar a polícia cadanense, porque me parece que muita gente com más intenções entrou em alguns países, inclusive no Brasil, tentando intermediar vacinas”, afirmou. Entre os casos de irregularidades na compra dos imunizantes está o episódio de propina de USD 1 envolvendo o composto da AstraZeneca, a intenção de compra da Covaxin e, agora, as investigações sobre proposta superfaturada para aquisição da CoronaVac por meio de intermediários. “Sou partidário que a gente precisa fazer esse trabalho de investigar como temos feito, mas de forma serena, técnica, sem fazer antecipação como essa CPI faz o tempo todo. Materialidade não se tem ainda”, finalizou Eduardo Girão.

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