Cresce o número de Estados brasileiros com leis que proíbem a queima de fogos de artifício com barulho
Prática pode ser prejudicial a animais de estimação e crianças, principalmente aquelas com algum nível de espectro autista
Soltar fogos de artifícios barulhentos sempre divide opiniões e é uma discussão antiga. Muitos Estados brasileiros têm leis que proíbem, como a Paraíba. O governo tentou derrubar a decisão, foi à justiça alegar que a proibição era inconstitucional. Mas o Tribunal de Justiça entendeu que não havia elementos que justificassem a inconstitucionalidade da matéria. E a proibição permanece. Em Brasília, uma lei foi aprovada pela Câmara Distrital e vetada pelo governador. O veto foi derrubado pelos deputados, mas enquanto não for sancionada a lei não tem validade. O autor da proposta, deputado Reginaldo Sardinha lamenta: “Os efeitos dessa lei não regulamentada. A lei está em vigor, mas aguarda que o Governo Federal faça a regulamentação, dizer qual órgão que irá fiscalizar e qual órgão irá aplicar multa aos infratores”.
Os animais ficam em pânico e sofrem com o barulho dos fogos de artifícios. Em entrevista ao canal Dicas Boas Pra Cachorro, o veterinário Alexandre Figueiredo explica porque os cães ficam tão assustados: “Os animais tendem a ter medo de barulhos altos. Isso significa perigo para ele. É uma tendência natural que o animal fique com medo, simplesmente por ser um barulho mais alto, não necessariamente algum fogo de artifício, algum estouro, qualquer barulho mais alto, que ele sinta insegurança. Por instinto, ele vai tender a se proteger ou a fugir desse barulho”. Crianças também não agem bem. O biomédico Bruno de Carvalho tem filhos pequenos, um sobrinho autista e cachorro. Ele diz que, no Natal, o clima ficou em casa. “Esse Natal foi terrível, ele ficou supernervoso, correndo para cima e para baixo, se batendo, raspando o chão. É muito triste para os animais esses fogos de artifício, realmente deixam eles muito ansiosos”, conta.
Na loja de Roberto Batata o movimento é sempre maior no fim de ano. Os fogos de baixo ruído são os mais procurados. Eles sempre orienta os clientes a tomar todos os cuidados para evitar acidentes e não causar desconforto às crianças e animais. “Tanto os fogos de baixo ruído como os normais também tem os seus risco. As pessoas têm que ter o mesmo cuidado como se tem com outros fogos normais. Fazer isolamento de área onde vão fazer deflagração de fogo nas residência. Procurar fazer afastamento de crianças dos locais onde for fazer queima de fogos de artifício. Não deixar a pessoa que tenha ingerido bebida alcoólica usar esse produto. Não soltar perto de hospitais, de hotéis, próximo a residência onde tenha crianças autistas. Esses cuidados são importantes”, diz. Apenas pessoas maiores de 18 anos podem manusear fogos de artifício.
*Com informações da repórter Francy Rodrigues
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