Crescimento do PIB acima do esperado e ritmo de vacinação animam empresários

Alta de 1,2% do Produto Interno Bruto no primeiro trimestre, acima do esperado pelo mercado, demonstra a resiliência da economia no segundo ano de pandemia

  • Por Jovem Pan
  • 03/06/2021 12h45 - Atualizado em 03/06/2021 12h54
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Amit Dave/Reuters Imagem de um enfermeiro de costas colocando a dose da Covaxin em uma seringa A Bolsa bateu recorde e o dólar caiu para o menor nível desde dezembro, após o crescimento de 1,2% do PIB

Desgastado pela CPI e a cobrança por vacinas, diante dos problemas com insumos da China e queda na imunização, o governo foca nos resultados da economia para reverter o cenário negativo no segundo semestre. A semana termina com alta no PIB, recorde na Bolsa, queda no dólar e projeções mais otimistas para a vacinação. A alta de 1,2% do Produto Interno Bruto no primeiro trimestre, acima do esperado pelo mercado, demonstra a resiliência da economia no segundo ano de pandemia. O presidente da Abimaq, José Velloso, ressalta que o setor de Máquinas e Equipamentos, um balizador de investimentos em bens de capital, segue em crescimento em 2021.

“O período de janeiro a abril de 2021, quando comparado com o do ano anterior, houve um forte crescimento de 37,4%. Se nós formos olhar no mercado interno, cresceu 51%. Quando a gente analisa os nossos números, crescemos nos últimos 12 meses 18,1%. No mercado interno, 28%. As exportações voltaram a crescer, tiveram problema no ano passado em função da Covid, e agora começaram a crescer. No ano, no acumulado de janeiro a abril, já estamos com crescimento de 7,1%. O setor começa, continua a se recuperar. O crescimento com uma velocidade maior. E, no emprego, nós aumentamos quando comparado a um ano atrás, em 16% o número de funcionários com carteira assinada.”

Velloso reforça a urgência da discussão das reformas no Congresso, sobretudo da tributária, porque o país precisa ampliar sua taxa de investimento, considerada ainda baixa — 16,2% do PIB. Em audiência na Câmara nesta semana, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o Brasil deve continuar crescendo e que o avanço da campanha de vacinação acelera a recuperação da economia. “Então, se ‘nós tamo’ crescendo 1% acima desse 1º trimestre do ano passado, está sinalizando que a economia caiu muito fortemente na pandemia, esse ano o própria vacinação, o avanço dos protocolos e a própria aprendizado de como se proteger durante a pandemia, estão protegendo um pouco mais a economia. É possível que nós estejamos crescente realmente a taxas bem maiores.”

A Bolsa bateu recorde e o dólar caiu para o menor nível desde dezembro, após o crescimento de 1,2% do PIB — a soma das riquezas produzidas no país. O real teve o melhor desempenho entre as moedas globais e a Bolsa se aproximou dos 130 mil pontos pela primeira vez na história. O secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, reforça a retomada brasileira. “Nós temos uma retomada comandada pelo investimento. O investimento comanda a retomada econômica. O segundo é uma comparação internacional. Se nós compararmos na margem, do trimestre anterior, o Brasil cresceu 1,2%; A China, 0,6%. O G7, grupo dos sete países mais ricos do mundo, cresceu 0,4%. Ou seja, o Brasil está bem na fita. Se nós compararmos o interanual, o Brasil cresceu 1%. Os Estados Unidos, 0,4%. O G7 caiu 0,8% E a média do mundo foi uma queda de 0,6%. A política econômica adotada pelo governo deu resultado.”

Os economistas são unânimes em condicionar o avanço das atividades produtivas ao calendário da vacinação. Nesse sentido, as previsões do Rio de Janeiro, com expectativa de imunização total até outubro, e do governo de São Paulo, que programa vacinar toda a sua população a partir de 18 anos até o dia 31 de outubro, dão força para as análises de um segundo semestre de retomada do crescimento do PIB do Brasil. O país criou 121 mil vagas de emprego com carteira assinada em abril, no quarto mês seguido com saldo positivo. Os analistas lembram que o país tem 14 milhões de desempregados, alta informalidade, mas salientam a recuperação do setor de serviços, bastante afetado ao longo da pandemia, e mais uma vez o forte desempenho da agropecuária brasileira.

*Com informações do repórter Marcelo Mattos

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