Criado no Brasil, capacete de ventilação ajuda na recuperação de pacientes

Presente em mais de 15 Estados em 100 hospitais brasileiros, equipamento é utilizado como tratamento da Covid-19 para evitar a intubação dos enfermos

  • Por Jovem Pan
  • 30/04/2021 11h51 - Atualizado em 30/04/2021 11h53
Reprodução / Jovem Pan Paciente utiliza capacete ventilatório para tratamento da Covid-19 Como a importação é muito cara, a bolha de Respiração Individual Controlada foi desenvolvida por três empresas brasileiras

Morador de São Jorge do Oeste, no Paraná, Miguel Dresch, de 65 anos, ficou internado durante 28 dias com a Covid-19. Ele conta que nos primeiros dias sentiu cansaço e falta de ar, com agravamento da doença após o 12º dia. A primeira tomografia mostrou que 25% do pulmão estava comprometido, mas 10 dias depois que ele foi internado, novos exames mostraram que 50% do órgão estava danificado. Miguel fez o uso do capacete de ventilação, também chamado de Bolha de Respiração Individual Controlada (Bric), e fala sobre a sua experiência. “A prova foi que a Bric me ajudou porque foi a única foi que eu fiz. A Bric me livrou do tubo”, afirma. Como a importação é muito cara, a bolha de Respiração Individual Controlada foi desenvolvida por três empresas brasileiras e teve a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no ano passado.

Um dos idealizadores do aparelho, o diretor-geral da Life Tech Engenharia Hospitalar Guilherme Thiago de Souza, conta que a empresa doou unidades da Bric para estudos no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) e para o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “Percebendo a eficiência e que teríamos uma capacidade produtiva de ajudar muitas pessoas, a partir daí começou o desenvolvimento do projeto, foi vertiginoso, foram cerca de com 40 dias até o primeiro protótipo e 60 dias até termos a fábrica pronta com quantidade considerável.”

O pneumologista e diretor da UTI Respiratória do InCor, Carlos Carvalho, relata que o aparelho evita que os pacientes sejam intubados. “O paciente, colocando esse capacete, ele veda na região do pescoço e é como se fosse uma bolha de ar e ele fica respirando dentro dessa bolha. Por meio do ventilador mecânico eu pressurizo o ar lá dentro e acabo pressurizando os pulmões e com isso melhoro as trocas gasosas. É uma técnica de fazer um tipo de ventilação mecânica, mas sem precisar do tubo, com o paciente acordado e consciente”, disse. O capacete está presente em mais de 15 estados e em 100 hospitais no Brasil. Até o momento, já foram mais de 2.500 capacetes vendidos.

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