Cristina Graeml: ‘Rejeição de Doria é fruto da imagem de traidor’

Governador de São Paulo deve desistir da sua candidatura à presidência da República pelo PSDB; baixos resultados nas pesquisas e desaprovação dos eleitores podem ter motivado a renúncia

  • Por Jovem Pan
  • 31/03/2022 10h20 - Atualizado em 31/03/2022 10h21
ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO -05/05/2021 João Doria (PSDB), governador de São Paulo, participa de coletiva de imprensa A expectativa é a decisão do tucano seja anunciada ainda nesta quinta-feira, 31, em coletiva de imprensa

O governador de São Paulo, João Doria, vai desistir da sua candidatura à presidência da República pelo PSDB. A informação foi confirmada pela Jovem Pan News com pessoas ligadas ao Palácio dos Bandeirantes. A expectativa é que a decisão do tucano seja anunciada ainda nesta quinta-feira, 31, em coletiva de imprensa, e que o governador paulista permaneça no cargo até o fim do ano, podendo – ou não – concorrer à reeleição pelo partido. Até o momento, no entanto, não há detalhes sobre o que teria motivado a decisão de Doria, que venceu as prévias tucanas em 2021, garantindo sua posição como pré-candidato oficial do PSDB à presidência da República. As prováveis razões para a desistência foram debatidas no programa Jornal da Manhã, desta quinta. Para a comentarista Cristina Graeml, um dos motivos teria sido a alta rejeição de João Doria nas pesquisas eleitorais, fruto da “imagem de traidor” que o governador carrega. “Doria sempre foi muito midiático, então ele teve uma ascensão política muito rápida, uma projeção que faz com que fique na nossa imaginação uma ideia de que ele está aí há décadas. Mas não é verdade. Assim como foi se projetando, foi angariando adversários e críticos por toda exposição midiática, foi sendo visto como um ator, e não como um político, por muitos eleitores e cidadãos de outros Estados”, inicia Cristina.

“Especificamente por dois episódios acho que a imagem dele ficou muito manchada. O primeiro é ter dado as costas ao padrinho político Geraldo Alckmin na campanha de 2018. Foi Alckmin que o trouxe para o PSDB e ele simplesmente ignorou que Alckmin, do seu partido, que era candidato à presidência da República, para apoiar o agora presidente Jair Bolsonaro”, menciona Cristina, citando que o governador, após se aliar ao agora presidente da República, teria conseguido se eleger em São Paulo, feito que não seria possível se estivesse aliado com Geraldo Alckmin. “Só que depois deu as costas para o presidente Bolsonaro, esse foi o segundo episódio. De novo, sendo associado a uma imagem de traidor, de quem não honra quem o projetou na política”, completa Cristina Graeml, explicando a alta rejeição. Pesquisa CNT/MDA divulgada em 21 de fevereiro apontou João Doria como o candidato mais rejeição pelos eleitores, com 66,5% de rejeição, ficando à frente de Sergio Moro (58,2%), Jair Bolsonaro (55,45%) e de Lula (40,5%).

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