Cuidados com o corpo e a mente mudam realidade de idosos na pandemia

Segundo dados do IBGE, mais de 28 milhões de idosos vivem atualmente no Brasil

  • Por Jovem Pan
  • 01/10/2020 07h41 - Atualizado em 01/10/2020 09h43
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MAURO AKIIN NASSOR/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Idoso olha da porta de casa a rua O médico Carlos André Uehara explica que atividades ajudam a manter uma melhor qualidade de vida dos idosos nesse período de isolamento

Aos 67 anos, a assistente social, Munira Aiex, viu a rotina ficar de ponta a cabeça na pandemia. Durante boa parte desse tempo as únicas companhias físicas tem sido o marido e a estrela, a cachorrinha de estimação. “Eu costumo muito ir ao cinema, muitos teatros, vida noturna mesmo. Restaurantes, visita na casa de amigos. No dia que eu fui afastada do trabalho por conta da pandemia eu falei: bom, isso vai levar no máximo um mês e vai ser até bom, a gente vai evitar pegar trânsito. Mas isso se estendeu, o que eu mais senti falta foi o convívio com os colegas do trabalho, com os amigos e com os familiares.”

Trabalhando em home office há quase sete meses, ela conta que além do trabalho, incluir outras atividades na rotina ajudou manter a saúde mental em dia. E que a tecnologia, foi uma liada para matar a saudade à distancia, inclusive para acompanhar o nascimento da primeira neta. “Eu não fiquei ociosa, o tempo ocioso é que prejudica muito mais a gente. A gente fica mais triste, mais deprimido, né? Li bastante nesse período, assisti algumas séries também. No tempo em que não estava trabalhando eu procurei encher esse tempo dessa forma e também conversar com os amigos por telefone que seja”, conta a assistente social.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atualmente, vivem no Brasil mais de 28 milhões de idosos. Agora, no entanto, toda essa população, que faz parte do grupo de risco para a Covid-19, vive isolada dentro de casa, limitada a praticar atividades ao ar livre. Pensando nisso, atividades que antes aconteciam em centros e ao ar livre, agora continuam no mundo virtual. O Ambulatório Médico de Especialidades, o AME idoso, na zona oeste da capital paulista, está com os atendimentos e as atividades limitadas por causa da Covid-19. Por isso, para comemorar o dia internacional do idoso, a entidade preparou uma semana de oficinas e atividades virtuais que começaram no dia 30 de setembro e vão até o dia 6 de outubro, explica Jane de Assis, gerente de enfermagem do centro.  “Nós teremos várias atividades aqui dentro do AME que vão ser tanto online por meio de vídeochamada e presenciais. Hoje tivemos aula de zumba, pintura, vamos ter bingo, a gente vai ter jogos de adivinhações. Como eles já estão acostumados a fazerem tudo presencial está um pouco estranho, mas eles já ficaram muito felizes porque hoje iniciamos atividades e eles puderam participar online e o grupo que estava na unidade passando com algum especialista pôde participar presencial também”, afirma.

Segundo o médico e presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Carlos André Uehara, as atividades ajudam a manter uma melhor qualidade de vida nesse período. É importante o relacionamento de encontrar pessoas, conversar. A gente não deve pensar no envelhecimento só depois que ficar velho, a gente envelhece desde o momento que nasceu. Então planejar o envelhecimento é pra vida toda”, explica. O médico disse ainda que que cuidar do corpo e mente ajuda a evitar outras doenças como a hipertensão e a diabetes. E ressaltou que o importante é se movimentar.

*Com informações da repórter Hanna Beltrão

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