Damares pede cassação do mandato de Arthur do Val: ‘Fala dele não foi infeliz, foi criminosa’

Ministra afirmou que quer investigar se deputado usou recursos públicos para viajar à Ucrânia

  • Por Jovem Pan
  • 05/03/2022 12h17 - Atualizado em 05/03/2022 12h19
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Isac Nóbrega/PR ministra damares alves. mulher branca de cabelo chanel preto, falando ao microfone, com casaco vermelho Damares Alves afirmou que Arthur do Val cometeu crime

A ministra da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, afirmou neste sábado, 5, que pediu a cassação do mandato do deputado estadual Arthur do Val (Podemos-SP), o Mamãe Falei, após o vazamento de áudios com comentários machistas sobre mulheres ucranianas. Em entrevista ao Jornal da Manhã, na Jovem Pan News, a ministra disse que quer investigar se o parlamentar usou recursos públicos para viajar à Ucrânia. “Eu não vou ficar apenas na cassação. Eu quero investigar se ele usou passaporte diplomático, se usou recursos públicos, as doações que foram, porque eles fizeram uma ampla campanha, quero saber quanto entrou”, declarou.

“Quero conversar com as embaixadas da Europa, quero saber como esses meninos estão indo para lá para fazer esse turismo sexual. Na verdade, naquele áudio ele nos deu motivos para fazer uma ampla investigação”, acrescentou. Damares disse ainda que Arthur do Val cometeu um crime. “Ele está achando que foi uma fala infeliz. Ele cometeu crime contra mulheres. Eu acho que esse ‘deputadozinho’ tinha que ser considerado persona non grata em qualquer país da Europa. Ele tem que ser expulso do partido, banido da vida pública. Tem que caçar esse parlamentar. A fala dele não foi infeliz, foi criminosa”, concluiu. 

Entenda o caso: 

Arthur do Val, que é pré-candidato ao governo de São Paulo, foi à Ucrânia no último dia 28 para acompanhar o conflito com a Rússia. Nesta sexta-feira, 5, áudios em que o deputado faz declarações machistas sobre refugiadas ucranianas causou repercussão nas redes sociais. “Elas olham. E vou te dizer: são fáceis porque elas são pobres. E aqui a minha carta do Instagram, cheio de inscritos, funciona demais. Depois eu conto a história. Não peguei ninguém, mas eu colei em duas ‘minas’, dois grupos de ‘mina’, e assim, é inacreditável a facilidade”, diz o deputado em uma das mensagens. “Eu nunca na minha vida vi nada parecido em termos de ‘mina’ bonita. A fila das refugiadas, irmão, imagina uma fila de 200 metros, só deusa. É um bagulho fora de série. Se você pegar a fila da melhor balada do Brasil, na melhor época do ano, não chega aos pés da fila das refugiadas aqui”, diz o parlamentar em outro trecho.

Após a repercussão negativa, o deputado afirmou que os áudios em que disse que mulheres ucranianas “são fáceis porque são pobres” foram um erro em um momento de empolgação. “Foi errado o que eu falei. Não é o que eu penso. O que eu falei foi um erro em um momento de empolgação”, declarou o parlamentar ao ser questionado por jornalistas. “Eu fui para fazer uma coisa, mandei um áudio infeliz e a impressão que passou foi de que eu fui fazer outra coisa. Então, se as pessoas quiserem me julgar pelo que eu falei, as pessoas têm esse direito, fica à vontade. Eu só peço que entendam o contexto. São dois contextos diferentes. Uma coisa é o Arthur que foi lá fazer a missão, fez e saiu. A outra coisa é o Arthur que mandou um áudio privado para os amigos de forma errada, descabida, não foi a melhor das posturas. É nítido aquilo. Mas como falei, é um áudio privado”, ressaltou.

 

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