David Uip reforça importância da vacina contra Covid-19: ‘É o que temos de prevenção’

Infectologista acredita que investimento de laboratórios privados não seria mal visto se acontecesse de forma legal e transparente

  • Por Jovem Pan
  • 25/01/2021 09h24
EFE/EPA/GIUSEPPE LAMI - 05/01/2021 Profissional da saúde olha para vacina da Covid-19 De acordo com o infectologista, o Hospital das Clínicas teve um enfrentamento espetacular com adaptações em seus oito institutos

O infectologista David Uip acredita que é preciso incrementar rapidamente todo o sistema de imunização porque “é o que temos do ponto de vista de prevenção”. De acordo com ele, é fundamental que isso ocorra o mais rápido possível. “O que falta é o ingrediente farmacêutico ativo (IFA), tanto para o Instituto Butantan quanto para a Fiocruz. Os dois são muito competentes e cada um vai produzir um milhão por dia. Com isso, temos a capacidade de vacinar muitas pessoas. Mas estamos vendo um aumento muito grande no número de casos. Temos que agilizar — e o Brasil tem experiência nisso. O Brasil consegue vacinar 80 milhões para gripe todos os anos. É uma questão de logística, atitude e solução de um problema sério”

Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, Uip analisa que o investimento de laboratórios privados não seria mal visto. “Tudo o que puder ajudar a vacinar o maior número de pessoas é bem vindo. Estamos em um momento de guerra, temos hospitais pressionados. Se isso for acordado com o Plano Nacional de Imunização (PNI), é direito do cidadão e e dever do Estado. Se o Ministério da Saúde entender que isso pode ajudar, e for feito de forma legal e transparente, aprovado pela Anvisa, é uma oportunidade.” Nos últimos dias, empresas privadas manifestaram o desejo de adquirir 33 milhões de doses — metade iria para o SUS e a outra vacinaria os funcionários sem custo algum.

De acordo com o infectologista, o Hospital das Clínicas teve um enfrentamento espetacular com adaptações em seus oito institutos — o Central e mais sete — em uma operação de guerra. “São Paulo tem que ter orgulho dos seus hospitais e da política adotada com os pacientes com Covid-19“, disse David Uip. O infectologista também destacou os avanços científicos neste tempo, para além das vacinas. Ele lembrou que os pacientes de UTI, em estado grave, são tratados com anti-inflamatórios, antibióticos, suporte mecânico, uso de monitores e outros aparelhos que permitem que o pulmão descanse. “Temos equipes muito bem treinadas e diminuímos muito a letalidade que tínhamos.”

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