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Decreto sobre Fundo Amazônia só sai após acordo com ‘todas as partes’, diz Salles

Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles foi alvo nesta manhã de operação da Polícia Federal para investigar exportação de madeira ilegal

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou na tarde desta segunda-feira, 27, que o decreto que irá alterar normas do Fundo Amazônia será formulado depois que estiver “claro quais são os pontos de comum acordo” de todas as partes envolvidas. A declaração foi dada após o ministro se reunir com os embaixadores da Noruega, Nils Martin Gunneng, e da Alemanha, Georg Witschel, para discutir a situação dos recursos que os dois países doaram ao Brasil para bancar projetos do fundo. A reunião contou com a participação do ministro de Secretária de Governo, Alberto Santos Cruz.

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O governo Jair Bolsonaro trabalha na edição de um novo decreto para alterar as normas do fundo e permitir que seus recursos, que hoje chegam a R$ 3,4 bilhões, possam ser usados, por exemplo, para pagar indenizações a donos de propriedades privadas que vivam em áreas de unidades de conservação.

Questionado sobre como os embaixadores responderam a essa mudança em específico, o ministro respondeu que a reunião tratou de “questões mais gerais”. “Não entramos em nenhum detalhe muito específico”, respondeu.

Uma segunda mudança pretendida pelo governo vai incluir a redução do número de membros do Comitê Orientador do Fundo Amazônia. Esse grupo, responsável por criar as diretrizes e critérios para aplicação dos recursos, é formado atualmente por 23 membros, entre representantes do governo federal, governos dos Estados da Amazônia e entidades da sociedade civil.

Ao saírem da reunião, que ocorreu no Palácio do Planalto, os embaixadores evitaram críticas ao governo brasileiro, mas afirmaram que não tiveram acesso a detalhes do novo decreto. Para a imprensa, eles disseram que há um diálogo com o governo, que esperavam dar continuidade. “Talvez semana que vem vamos nos reunir mais uma vez”, disse o embaixador da Noruega.

Salles definiu a reunião como “ótima”, e que os embaixadores foram “muito solícitos”, apresentando suas “preocupações, questionamentos e ponderações”, relatou, acrescentando que o governo também apresentou seus pontos. “Debatemos muitos aspectos importantes da gestão do fundo, dos objetivos, da importância do Fundo para a redução do desmatamento ilegal, e portanto também alinhamos as nossas expectativas para aprimoramento dessas questões”, disse.

Segundo ele, os temas serão retomados na próxima semana, sendo que ao longo desta “informações e dados” serão trocados entre o governo e as embaixadas para que o diálogo seja “bastante produtivo”, avaliou.

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