Delegado ouvido como testemunha de defesa diz que Gabriel Monteiro cometeu crime
Luís Armond, titular da delegacia que investiga o caso, foi convocado a depor na Comissão de Ética da Câmara Municipal do Rio de Janeiro e disse não entender porque foi chamado para defender o parlamentar
O delegado Luís Armond, titular da delegacia do Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio de Janeiro — que investiga o caso do vídeo íntimo postado nas redes sociais em que o vereador Gabriel Monteiro (PL) faz sexo com uma menor de idade — foi ouvido pela Comissão de Ética da Câmara Municipal do Rio na última terça-feira, 21, como testemunha de defesa do parlamentar. Ele afirmou que o vídeo publicado configura um delito e disse ficar surpreso pela convocação, desconhecendo o motivo de ter sido apresentado como testemunha de defesa.
O presidente do Conselho de Ética da Câmara Municipal, Chico Alencar (PSOL), chamou a convocação do delegado de “tiro no pé”. “A filmagem e o armazenamento, e o delegado disse que isso, por si só, filmagem, já configura um delito, em investigação ainda preliminar, porque faltam as testemunhas na sede do inquérito policial, de estupro. Portanto, é um cenário bastante nebuloso, complicado e com alguns elementos probatórios substantivos, disse o delegado”, pontuou Alencar.
Ainda segundo Chico Alencar, um policial militar que atuaria na escolta de Monteiro e teria participado da gravação de um vídeo do vereador com uma pessoa em situação de rua teria confirmado aos integrantes do Conselho de Ética que recebeu uma oferta de remuneração financeira para quem participasse dos vídeos do parlamentar. Além de vereador, Gabriel Monteiro é youtuber e possui milhões de seguidores nas redes sociais. Ele é alvo de uma representação por quebra de decoro parlamentar e acusado de praticar vários crimes como abuso moral, físico, psicológico e sexual. Monteiro nega todas as acusações, dizendo que é alvo de uma conspiração. A Câmara Municipal do Rio de Janeiro entra em recesso em julho e o parecer do presidente do Conselho de Ética sobre o caso só deve ser apresentado em agosto. Em seguida, o parecer deverá ser apreciado por todos os integrantes do Conselho, que decidem se dão ou não prosseguimento à investigação.
*Com informações do repórter Rodrigo Viga
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