Deputada diz que e-mails mostram que Cid pediu para receber joias dadas a Bolsonaro

De acordo com as mensagens, o ex-ajudante de ordens do presidente também ordenou que as pedras preciosas não fossem catalogadas no acervo da Presidência

  • Por Jovem Pan
  • 03/08/2023 11h41 - Atualizado em 03/08/2023 12h02
TON MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Mauro Cid Tenente-coronel Mauro Cid durante depoimento à CPMI do 8 de Janeiro

O ex-ajudante de ordens da Presidência da República Cleiton Henrique Holzschuk pediu, por mensagem de e-mail a outros colegas ajudantes de ordens, que joias recebidas pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) fossem entregues em mãos para o tenente-coronel Mauro Cid. Holzschuk também pediu para que as pedras preciosas não fossem catalogadas no acervo da Presidência e afirmou que as solicitações foram feitas por Cid. Bolsonaro foi presenteado com as joias em 26 de outubro do ano passado durante comício de campanha pela reeleição em Teófilo, interior de Minas Gerais. A troca de mensagens em relação aos presentes está com os integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro. Durante sessão desta terça-feira, 1º, quando o colegiado ouviu o ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Saulo Cunha, a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) citou o caso.

“Eu quero compartilhar com a CPMI algo muito grave que nós achamos em meio a mil e-mails que chegaram a esta CPMI. Essas pedras nunca foram registradas nem como presente ao presidente da República e à primeira-dama, nem em lugar nenhum. Nós fomos olhar as 46 páginas dos 1.055 presentes recebidos pelo presidente e pela primeira-dama e não constam essas pedras preciosas”, comentou. Os ajudantes de ordens copiados na mensagem são Adriano Alves Teperino e Osmar Crivelatti. Pelo menos outros oito e-mails foram trocados entre eles sobre o assunto. Duas mensagens fazem referência ao fato de que todos os presentes recebidos pelo presidente da República durante o mandato devem estar sob guarda do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH).

O PCdoB disse que vai pedir que a Polícia Federal (PF), o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Supremo Tribunal Federal (STF) investiguem a origem e o paradeiro das pedras preciosas. Feghali também pediu à CPMI a quebra dos sigilos bancário, fiscal e de mensagens da ex-primeira dama Michele Bolsonaro, além de solicitar que ela seja convocada para depor.

*Com informações do repórter André Anelli.

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