Deputado critica postura de Bolsonaro sobre teto de gastos: ‘Quem paga essa conta é o povo’
Em entrevista à Jovem Pan, Alexis Fonteyne, do Novo-SP, afirmou que o presidente flerta com populismo
O deputado Alexis Fonteyne, em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, neste sábado (15), fez duras críticas à postura do presidente Jair Bolsonaro, que, nesta semana, deu indícios de que cogita furar o teto de gastos, algo que poderia comprometer a austeridade fiscal do País. “As declarações [de Bolsonaro] são muito ruins, só de considerar furar mostra que ele flerta com populismo e irresponsabilidade fiscal, não dá para falar e ‘desfalar’ para testar a imprensa e a opinião popular. Quem paga essa conta é o povo brasileiro, não existe almoço grátis, ele coloca em risco a estabilidade econômica. Ele recua apenas pelo risco de impeachment caso avançasse na ideia”, afirmou o integrante do Partido Novo de São Paulo.
Segundo o parlamentar, “toda uma agenda liberal não está sendo cumprida” pelo governo. “A reforma administrativa é uma extremamente importante, privatização das estatais e o discurso parece que foi usado por Bolsonaro para ser eleito, como algo moderno, mas que está demorando para entregar, tivemos perda de alguns quadros importantes liberais reconhecidos que vão continuar lutando, mas que estavam dentro do governo e queriam desestatizar e por frustrações preferiram sair, para continuar a luta pelo lado de fora”, analisou, citando a debandada de Salim Mattar e Paulo Uebel da equipe econômica.
Mesmo assim, para Fonteyne, Paulo Guedes não dá indícios de que deixará o governo – e isso é importante. “Minha avaliação é de que Paulo Guedes é muito resiliente, tem propósito, é perseverante e sabe que é muito importante para o Brasil, para mim é uma das pessoas mais patrióticas, já que ele não parece ter apoio, a própria agenda não está sendo cumprida, presidente não parece querer desestatizar. Mas ele sabe que é uma oportunidade única de fazer reformas (…) abandonar o barco seria desastroso.”
Alexis Fonteyne aproveitou também para reforçar a importância do avanço da reforma administrativa: “É ela que propicia a queda na carga tributária, não fechamos a conta simplesmente arrecadando impostos, ela acaba com série de privilégios que indignam a sociedade. O único setor que não contribuiu diante da crise da pandemia foi o funcionalismo público, não houve redução de nada por parte deles. Não está andando porque é uma pauta delicada e mexe com classe corportaiva e estamos às vésperas de eleições municipais, para evitar criar opositores. Sabemos que a esquerda vai defender o funcionário público porque são eles que sustentam a esquerda, dar essa chance diante das eleições é pedir para apanhar.”
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