Bolsonaro admite debate sobre ‘furar’ teto de gastos e diz que prorrogação indefinida de auxílio é demagogia
O governo já extrapolou o teto em R$ 70 bilhões; mesmo assim, o ministro Rogério Marinho vinha defendendo investir outros R$ 20 bilhões em programas de fornecimento de água
Um dia depois de ter reafirmado o compromisso com a manutenção do chamado teto de gastos, o presidente Jair Bolsonaro admitiu na quinta-feira, 13, durante entrevista ao programa os Pingos nos Is, da Jovem Pan, que a questão foi discutida dentro do governo. Por conta da pandemia do coronavírus a arrecadação caiu e o governo já extrapolou o teto esse ano em R$ 70 bilhões e ministro do desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, vinha defendendo que investir outros R$ 20 bilhões em programas de fornecimento de água, o que também poderia ser caracterizado como combate à Covid 19.
Jair Bolsonaro admitiu que não saiu totalmente satisfeito da reunião da última quarta-feira, 12, mas que o fato positivo é que o compromisso acalmou o mercado, deixa o Brasil numa situação mais confortável. O presidente inclusive cobrou que o mercado também dê um tempinho para o governo, uma vez que tanta instabilidade significa que tem gente ganhando dinheiro com isso. Parte do governo já trabalha no projeto de reeleição de Jair Bolsonaro, até por conta disso, a defesa da necessidade de mostrar mais serviço e também investir mais em obras. O presidente admite que é mais difícil do que ele pensava criar o Aliança pelo Brasil. Ele explica que a pandemia atrapalhou e que se o novo partido não for criado à tempo, ele pode voltar para o PSL, apesar de já ter sido sondado por várias outras legendas.
O presidente que está sendo cobrado por não avançar nas privatizações, tentou responsabilizar o Congresso. Segundo ele, qualquer proposta precisa do sinal verde de deputados e senadores e que a oposição sempre usou as estatais como cabide de emprego. Ele criticou a oposição por defender também uma prorrogação indefinida do chamado auxilio emergencial. Até o momento, os repasses irregulares do benefício a servidores públicos já causaram um prejuízo de R$ 1 bilhão, sendo que mais de 680 mil servidores se cadastraram e receberam o benefício de R$ 600 até meados de julho. No último balanço da Controladoria Geral da União o número de servidores cadastrados era pouco mais de 396 mil.Com isso o valor pago indevidamente desde abril mais que triplicou passando de quase R$ 280 milhões para R$ 1 bilhão. Os números reúnem servidores da união, estados e municípios.
Ainda na quinta-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes anunciou os nomes de Diogo Mac Cord para a secretaria especial de Desestatização no lugar de Salim Mattar e de Caio Andrade para a secretaria especial de Desburocratização no lugar de Paulo Uebel. Gileno Barreto, também foi indicado para a presidência do Serpro.
*Com informações da repórter Luciana Verdolin
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