Deputado diz que entrega de cargos na Receita Federal é ‘pressão política’: ‘Prejuízos aos brasileiros’

Marcel Van Hattem criticou a proposta do governo federal de incluir no Orçamento de 2022 o reajuste salarial de policiais federais: ‘Certo era discutir a redução’

  • Por Jovem Pan
  • 23/12/2021 08h39 - Atualizado em 23/12/2021 08h43
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Luis Macedo/Câmara dos Deputados marcel van hattem falando ao microfone. Homem branco, com cabelos loiros e terno preto. Para Van Hattem, o movimento dos auditores da Receita Federal é apenas para causar uma pressão política

O deputado federal Marcel Van Hattem (Novo) critica a destinação de R$ 1,7 bilhão do Orçamento de 2022 para o reajuste salarial de policiais rodoviários federais. Na visão do parlamentar, a proposta do governo federal deveria ser no sentido contrário. “O certo era discutir redução de salários e redução de carga horária, o que o Supremo Tribunal Federal proibiu de fazer. Tivemos um contenção do desemprego, apesar dele ter crescido, mas poderia ser maior, em virtude da Medida Provisória que permitiu a redução de salários com a jornada de trabalho [na pandemia]. Isso  no setor público parece completamente impossível, inconcebível. No setor público, os funcionários tiveram estabilidade e querem agora aumentos durante esse período de pandemia”, pontuou, durante entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News. A fala do deputado acontece após 320 auditores fiscais da Receita Federal entregaram seus cargos, em protesto pelo corte de aproximadamente R$ 1,2 bilhão na verba do órgão, que seria para custear o reajuste salarial de policiais federais.

Para Van Hattem, o movimento dos auditores, que já começa a se formar em outras categorias, é apenas para causar uma pressão política, o que trará prejuízos aos brasileiros. “Eles estão se demitindo do serviço público para procurar uma alternativa melhor na iniciativa privada? Não, não estão fazendo isso. Estão fazendo pressão política para tentar fazer operações tartarugas prejudicando o cidadão brasileiro, que é usuário dos serviços. Para os liberais seria bom, porque somos a favor da redução do tamanho do Estado, mas não é o caso. O que vai acontecer é prejuízo ao cidadão”, afirmou o parlamentar, que criticou a escolha dos policiais federais rodoviários para o aumento. “Temos uma série de funcionários, principalmente no nível municipal, que recebem pouco, até abaixo do que se paga na iniciativa privada. A gente não pode generalizar, quero deixar claro depois do meu voto que repercutiu muito. Fui o único que falou sobre o aumento aos policiais na Comissão Mista de Orçamento. Todos os demais se calaram ou aplaudiram. Estou na defesa daquilo que quem votou em mim defende. Não tenho medo de política que está fazendo pressão”, completou. 

Sobre a aprovação do Fundo Eleitoral, Marcel Van Hattem afirmou que os recursos são destinados aos “ricos e poderosos”, endossam o coro de que a medida não torna a eleição mais democrática. “Não podemos concordar com aumento do Fundo Eleitoral e do Fundo Partidário. E a parte mais importante a gente não fala muitas vezes, que não é o valor em si, que é altíssimo, que é abusivo, que poderia para outras áreas, mas é a perpetuação de quem está na política. Esse dinheiro vai para quem já está na política, quem já tem mandato, para quem é rico e poderoso. Para quem é novo, não tem poder nenhum e quer renovar a política não sobra nada desse enorme Fundo Eleitoral. Precisamos mudar isso com compromisso e não usar esse dinheiro”, finalizou.

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