Relator do Orçamento diz que texto não especifica reajuste salarial a policiais e que Executivo definirá categorias beneficiadas
‘Ficou evidente que os recursos seriam para as forças de segurança, mas na proposta orçamentária não está especificado para qual categoria’, disse o deputado Hugo Leal (PSD-RJ) à Jovem Pan
O deputado federal Hugo Leal (PSD-RJ), relator do Orçamento Federal para 2022, afirmou ao programa Os Pingos nos Is que a proposta aprovada não deixa específico que haverá reajuste salarial aos servidores das polícias federais. Segundo Leal, a verba para o reajuste – cerca de R$ 1,7 bilhão – foi reservada a pedido do Ministério da Economia sem detalhar as carreiras específicas, e caberá ao governo federal determinar as categorias beneficiadas. “O documento encaminhado à Comissão Mista de Orçamento não estabelecia a carreira”, explicou nesta quarta-feira, 22. “O que nós fizemos foi prover o recurso para esse debate e ficou evidente que isso seria para as forças de segurança, mas na proposta orçamentária não está especificado para qual categoria, isso vai ficar a critério do Executivo”. Segundo apurou a reportagem do portal Jovem Pan, o relator do Orçamento cedeu à pressão feita pelo presidente Jair Bolsonaro e incluiu os recursos no relatório após receber uma ligação do chefe do Executivo federal na segunda-feira, 20, pedindo a inclusão desta despesa.
A separação de recursos para esse reajuste repercutiu negativamente entre servidores da Receita Federal, que iniciaram na terça-feira, 21, um movimento de entrega coletiva de cargos. Segundo o sindicato nacional da categoria, o Sindifisco, o orçamento da Receita em 2022 sofreu um corte de R$ 1,2 bilhão para acomodar a verba que deve ser destinada aos agentes da Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Departamento Penitenciário Nacional (Depen). O Sindifisco confirmou a adesão de 324 auditores fiscais em postos de chefia até esta quarta-feira e estima que os pedidos já cheguem a 500. Procurado pela reportagem da Jovem Pan, o Ministério da Economia não quis comentar a situação no Fisco.
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