Deputado nega negociação de Bolsonaro para retornar ao PSL: ‘Não houve conversação nesse sentido’
Para Julian Lemos, a ruptura “nunca deveria ter acontecido”e Bolsonaro foi mal aconselhado por pessoas próximas a ele
Nas últimas semanas, ganhou força a ideia de que o presidente Jair Bolsonaro pode voltar ao PSL, partido pelo qual se elegeu em 2018. Já que o Aliança pelo Brasil não conseguiu as assinaturas para sair do papel, a legenda de sua campanha presidencial seria um dos caminhos que Bolsonaro pode adotar, algo que ele próprio admitiu em sua live semanal. Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, neste sábado (15), o deputado Julian Lemos, do PSL da Paraíba, afirmou que o rompimento “jamais deveria ter acontecido”, mas fez ressalvas a respeito do retorno do presidente. “Fui chamado no palácio em setembro e tentei falar [para Bolsonaro] que algumas pessoas ao seu redor eram más intencionadas, agiam em interesse próprio, e o induziram ao erro. Infelizmente, ele foi mal conduzido em aconselhamentos, sabe da importância do PSL para sua eleição, se almejar a reeleição precisaria desse elo novamente, de um partido com história. Ele fez o que tinha de pior, que foi jogar pedras por esse caminho. Agora que aparenta estar descalço está tentando voltar pelo mesmo caminho.”
Lemos avalia que, para que o retorno aconteça, o presidente “tem que fazer justiça com aqueles que o ajudaram a chegar onde chegou” e deixou seu recado: “Bolsonaro, até reis podem errar, é preciso fazer o mea culpa, dizer que não deveria ter saído. Mas o presidente quando estava no PSL gerava problemas, em uma possível volta, não tratamos isso no partido, ninguém será defenestrado nem haverá injustiça dentro do partido.”
“[O retorno] É uma decisão de colegiado, eu faria ressalvas para seu retorno, há quem seja contra, mas estamos praticando a política, com os interesses do país na frente, não houve conversação pela sua volta até aqui”, completou o deputado. Ele criticou, no entanto, a ideia de que Bolsonaro retornaria para ter completo comando no partido, que tem Luciano Bivar como presidente. “Não se pode querer tomar a liderança de um partido que já é administrado com muita transparência e clareza. Não existe um pedido que não fosse atendido por Bolsonaro. O único partido que está terminando seu compliance é o PSL, não existe reinado. Não posso pedir para entrar em um partido e querer tomar o poder.”
“Nunca houve ruptura de nossa parte, por que essa fissura em presidir o partido? não houve esse pedido e não há negociação nesse sentido. Luciano Bivar está na legenda há 30 anos, mas ele administra o partido, não há reinado. Ele foi reeleito em um processo tranquilo”, finalizou.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.