Minas Gerais em pé de guerra ameaça abandonar a base governista se o presidente Michel Temer insistir em realizar leilão de três usinas da Cemig. Todos os partidos se uniram contra a privatização.
Os leilões estão marcados, e os deputados de Minas Gerais visitaram o presidente, foram até o ministro de Minas e Energia e fizeram protestos no plenário da Câmara.
O vice-presidente da Câmara, deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG), recebeu o presidente para o jantar em defesa do veto da Câmara à abertura do processo no STF contra Temer. Mas, agora, Ramalho ameaça sair do Governo. “Se o Governo não tiver diálogo com Minas, com a Cemig e com o povo de Minas, posso afirmar que nós iremos deixar a base do Governo”, disse.
O senador Antônio Anastasia (PSDB-MG), ex-governador de Minas, afirmou que, neste caso, as privatizações não valem: “MG não poderá descartar as ações judiciais para continuar esta luta, porque a Cemig é um patrimônio dos mineiros e de Minas Gerais”.
O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) alerta que o Estado está, mesmo, desprestigiado: “já não tem um ministro no seu Governo, um desrespeito. Agora, nós que votamos para que ele não fosse investigado é esse tratamento que ele dá aos 33 deputados que o apoiaram nessa luta na semana passada”.
O Governo entendeu a mensagem e já estuda suspender os leilões previstos para setembro.
*Informações do repórter José Maria Trindade