Diabéticos com Covid-19 têm 57% mais chances de morrer do que pacientes saudáveis, diz pesquisa

Estudo da Fundação Nacional da Saúde acompanhou mais de 600 pessoas com e sem diabetes que tiveram Covid-19 em 2020

  • Por Jovem Pan
  • 11/04/2021 12h25
EDUARDO VALENTE/ISHOOT/ESTADÃO CONTEÚDO - 01/03/2021 Médicos dentro de unidade de tratamento intensivo Segundo pesquisa, pacientes com diabetes têm mais chances de morrer

O auditor Aílton de Abreu, de 63 anos, é portador de diabetes tipo 2 e possui insuficiência renal. No mês de dezembro, ele testou positivo para a Covid-19, precisou ser internado e perdeu 25% da capacidade pulmonar. Apesar do quadro delicado e perigoso, Aílton foi curado da doença. “Eu acho que eu fui muito agraciado, muito sortudo, apesar de ficar internado em área de restrição de acesso”, afirma. Especialistas orientam que pacientes portadores de diabetes fazem parte dos grupos mais vulneráveis ao novo coronavírus. É o que aponta a pesquisa da Caixa de Previdência e Assistência aos Servidores da Fundação Nacional de Saúde, que acompanhou mais de 600 pacientes com e sem a doença, entre março e dezembro de 2020. O estudo mostrou que a taxa de mortalidade por Covid-19 entre pacientes diabéticos é de 28%. Nos não diabéticos, esse número cai para 18%. Isso significa que as mortes por Covid-19 em pacientes com diabetes são 57% maiores do que em pessoas saudáveis.

Segundo a endocrinologista e uma das diretoras do projeto, Juliana Busch, a diabetes, assim como a obesidade, promove inflamações constantes no organismo, fazendo com que ele se torne mais vulnerável para o vírus. “Esse estado de inflamação permanente vem a dificultar a resolução do quadro infeccioso causado pelo covid. Sendo assim, os pacientes acometidos pela Covid tendem a complicar quando têm essas patologias de base”, afirmou. Ainda de acordo com a pesquisa, os dados de mortalidade, na maioria dos casos, foram decorrentes de complicações cardiovasculares e renais relacionadas à diabetes. A endocrinologista Juliana Bucsh, reforça que a doença, assim como outras enfermidades crônicas, requer cuidado médico e tratamento ininterrupto, mesmo durante a pandemia.

*Com informações da repórter Caterina Achutti

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