Diminuição do estado de alerta pode criar nova variante da Covid-19, alerta OMS

Segundo Tedros Adhanom, a redução da vigilância dos contágios abre as portas para uma versão do vírus que possa superar a dominante Ômicron

  • Por Jovem Pan
  • 05/12/2022 08h06
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EFE/ Salvatore Di Nolfi Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que cerca de 90% da população mundial já possui algum nível de imunidade à Covid-19, embora haja um alerta para a ameaça de uma nova variante. De acordo com informações do diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, estamos muito mais perto do fim da fase de emergência da pandemia da Covid-19, mas ainda não chegamos lá. Segundo ele, a redução da vigilância dos contágios abre as portas para uma nova variante do vírus que pode superar a dominante Ômicron. Atualmente, existem mais de 500 subvariantes da Ômicron e todas são altamente transmissíveis. A OMS também reforça que existem mutações que permitem que o vírus escape mais facilmente das barreiras imunológicas. Em entrevista à Jovem Pan News, a infectologista Raquel Stucchi fez um alerta sobre as variantes que possam vir desafiar as vacinas e que futuramente é possível que seja necessária a criação de imunizantes específicos.

“Leva 4 a seis meses entre fabricar e disponibilizar a vacina. Há variantes que desafiam as vacinas já existentes e desafiam as medicações que existem para impedir formas graves da doença. Essa preocupação ainda existe. Esse vírus continua mutando e são mais de 500 variantes que já existem. A gente sabe só das mais importantes, mas é sempre uma preocupação”, afirmou. Para a médica, ainda existem muitas dificuldades para alcançar novos diagnósticos e identificar os vírus dentro dos centros de pesquisas: “Temos até uma falta de investimento nos centros de pesquisa e nos laboratórios, tanto para insumos, quanto para pessoal também. Isso faz com que a gente não possa ter um número adequado ou desejado de vírus que possam ser processados para a gente saber qual exatamente é a variante que está circulando entre nós. Fazemos isso em vários centros aqui em São Paulo. Manaus, no Amazonas, faz isso com muita propriedade. Mas a gente poderia testar mais e conseguir identificar uma quantidade maior de vírus. Para isso a gente tem que ter recursos, tanto para laboratório, insumos e material, quanto para as pessoas capacitadas trabalharem nesse ramo de diagnóstico”.

*Com informações da repórter Carolina Abelin

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