Diretor da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), revela atitude do Governo brasileiro no caso da “Máfia das Próteses”, citando falta de ação enérgica para coibir a prática.
Pedro Ramos revelou que a entidade processa oito empresas norte-americanas. Existem ainda outros dois acordos em andamento com o objetivo de barrar o pagamento de propinas a médicos.
Uma investigação que corre na justiça dos Estados Unidos revelou que um dos maiores fabricantes de próteses do mundo, a Zimmer Biomet, pagava propina a médicos. Os corrompidos “doutores das próteses” deveriam indicar e usar produtos destas empresas durante cirurgias ortopédicas, neurológicas e cardíacas em pacientes do SUS.
O diretor da Abramge, Pedro Ramos, entendeu que o Ministério da Saúde não pode permitir que o Governo compre material de uma companhia envolvida em corrupção.
Para Ramos, que combate a “Máfia das Próteses” há três anos, os médicos envolvidos têm que ser identificados, demitidos e processados.
Recentemente, um dos maiores fabricantes de implantes cirúrgicos admitiu, em acordo de leniência nos Estados Unidos, que lucrou mais de US$ 3 milhões.
Presidente da Comissão de Direito Penal e Econômico da OAB São Paulo, Marco Aurélio Filho, explicou que os envolvidos podem responder por crimes de estelionato e corrupção.
Estudo da Anvisa mostra que os preços dos mesmos materiais cirúrgicos chegam a variar mais de 3.000% no Brasil.
A indicação do ortopedista Edmund Barras a pacientes que necessitam de próteses é ouvir mais de uma opinião ao decidir pela cirurgia.
As denúncias dos corregedores e da Abramge foram encaminhadas para OAB, Conselho Regional de Medicina, Ministério da Saúde e Polícia Federal.
O Ministério da Saúde declarou que encaminhou as denúncias para a Polícia Federal e outros órgãos de controle.
Confira a reportagem completa de Felipe Palma: