Próximo diretor geral da PF vai encontrar ‘clima de desconfiança’, diz presidente da associação
Em entrevista ao Jornal da Manhã deste sábado, Edvandir Paiva, presidente da Associação dos Delegados da Polícia Federal, afirmou que o próximo diretor geral da PF vai encontrar um “clima de desconfiança” na corporação depois da saída de Moro do comando do Ministério da Justiça e de Maurício Valeixo da PF.
“A principal preocupação é que há um clima de desconfiança, um ministro como Moro fazendo acusações extremamente graves, o nome indicado será vindo de indicação política, não será o processo recomendado pela associação, com uma lista”, afirmou Paiva.
O favorito ao posto deixado por Valeixo é Alexandre Ramagem, a quem o presidente da Associação classifica como alguém que “é visto internamente como um bom profissional, se fizéssemos uma escolha em outro contexto, ele teria todas as condições de ser escolhido, o problema é que o processo não é esse.”
“De qualquer maneira, mesmo sendo considerado um bom profissional, vai enfrentar o maior desafio da carreira, num ambiente interno de muita desconfiança”, completou.
Paiva disse que as mensagens mostradas por Moro “demonstram algo que já ocorre, que teve em outros governos, que é o presidente querendo um dirigente da PF que tenha contato direto, uma ligação direta, uns por interesses”.
Segundo ele, é por isso que há a necessidade constitucional da Polícia Federal ter autonomia.
“Não houve no passado algo tão acintoso, tivemos nomeação com critérios políticos no Temer e no PT ouvíamos o tempo inteiro narrativas, interceptação de que a PF tinha que ser controlada, não chegou a haver a troca, como está havendo agora. Em todos os governos há uma pressão muito grande, esperávamos que nesse não houvesse, já que este foi eleito sob a bandeira de combate à corrupção”, completou.
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