Doria critica postura de Bolsonaro sobre cloroquina: ‘O que vai salvar vidas é a vacina’
Governador afirmou que uso do medicamento não é recomendado pelo Centro de Contingência da Covid-19 de SP
O governador de São Paulo, João Doria, repreendeu a postura do presidente Jair Bolsonaro que, desde terça-feira, quando teve confirmado seu diagnóstico de Covid-19, passou a incentivar – ainda mais – o uso e distribuição da hidroxicloroquina, medicamento que ainda não tem sua eficácia comprovada contra a infecção causada pelo novo coronavírus. “Não achamos prudente ou recomendável”, disse Doria, em entrevista ao Jornal da Manhã desta quarta-feira (8).
“Esta é a visão do centro de contingência. Por unanimidade, os 19 médicos especialistas, entre eles epidemiologistas e estudiosos, não recomendam o uso indiscriminado ou distribuição da cloroquina e hidroxicloroquina. Admitem que, quando há recomendação médica, com a concordância do paciente, pode ser administrada. Apenas e tão exclusivamente nestes casos. Há estudos que indicam que a cloroquina não tem o efeito desejado ou a expectativa de cura, feitos na Inglaterra e Alemanha, reproduzidos no Brasil. Lamento que Bolsonaro siga insistindo que a cloroquina salva vidas, o que vai salvar vidas é a vacina”, analisou o governador.
Bolsonaro fez o exame para a Covid-19 nesta segunda-feira (6) após sentir febre e dores no corpo. Em entrevista exclusiva ao Pânico, da Jovem Pan, ele disse que tem uma tosse crônica e refluxo. “A idade vai chegando e os problemas vão aparecendo”, brincou. “Senti cansaço, dor muscular, um pouco de febre, dor no fundo dos olhos e resolvi fazer o exame”, explicou. Mesmo antes de saber o resultado, ele passou a tomar azitromicina e hidroxicloroquina. “Estou muito bem, suei um pouco à noite, mas estou 100%”, garantiu.
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