Economista elogia ação do Banco Central dos EUA para conter crise: ‘Salvador da pátria’

Em entrevista à Jovem Pan News, o economista Carlos Hotz analisou a rápida ação do Federal Reserve para dissipar a possibilidade de contaminação global, como houve com a derrocada do Lehman Brothers na crise de 2008

  • Por Jovem Pan
  • 14/03/2023 10h19 - Atualizado em 14/03/2023 11h00
REUTERS/Jonathan Ernst fed eleva taxa de juros Fachada do prédio do Federal Reserve, banco central dos EUA, com imagem de águia em destaque, em Washington

As falências dos bancos Silicon Valley Bank (SVB) e Signature Bank, nos Estados Unidos, tem sido acompanhadas de perto pelo mercado financeiro global. Em entrevista à Jovem Pan News, o economista Carlos Hotz analisou a rápida ação do Federal Reserve (FED), o Banco Central estadunidense, para dissipar a possibilidade de contaminação global, como houve com a derrocada do Lehman Brothers na crise de 2008: “O Banco Central americano sinalizou que vai resgatar os depósitos dos americanos dos dois bancos que quebraram (…) E o próprio presidente veio a público dizer que a poupança dos americanos está defendida e tudo mais. A consequência disso poderia ser uma contaminação, em proporções diferentes, mais como algo que a gente viu em 2008, que você teve uma contaminação generalizada por conta dos títulos de hipoteca, porque os bancos tinham muita ligação um com o outro. Muito provavelmente o FED ficou com medo dessa contaminação e entrou como salvador da pátria. Ele veio e falou ‘eu assumo isso daí, eu resolvo esse problema’ para mostrar a saúde financeira dos bancos americanos”.

“Mas é algo que a gente vê como consequência de um cenário de inflação muito alta nos Estados Unidos. O problema que esses bancos tiveram é um problema de elevação de juros muito rápida. No Brasil, a gente teve uma taxa de juros saltando de 2% para 13,75%. Esse salto nos Estados Unidos foi de uma magnitude menor, mas em proporções americanas é um salto de quase 4 vezes. Tem muito banco que deixa a sua reserva e seu caixa em títulos de longo prazo, que acabaram sofrendo por conta disso. Então você tem o aumento significativo de juros global para controle de inflação e uma atividade econômica cada vez mais fraca”, explicou o economista. As duas instituições financeiras fecharam em um intervalo de três dias e o FED criou um programa de financiamento para socorrer os bancos na casa dos US$ 25 bilhões (cerca de R$ 1,3 trilhão). O SVB era o 16º maior banco dos EUA e conhecido por ser financiador de startups, já o Signature atuava no mercado de criptomoedas.

*Com informações do repórter Marcelo Mattos

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