Eduardo Girão afirma que CPI da Covid-19 está sendo parcial e fazendo ‘palanque político’

Para o senador, condução dos trabalhos prejudica o legado do país para enfrentamento de futuras pandemias

  • Por Jovem Pan
  • 04/05/2021 10h03 - Atualizado em 04/05/2021 10h13
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Edilson Rodrigues/Agência Senado Em pronunciamento, à bancada, senador Eduardo Girão (Podemos-CE) Eduardo Girão ressaltou que pretende entender qual o nível de influência do Planalto nas decisões para combate à pandemia

A CPI da Covid-19 no Senado Federal recebe nesta terça-feira, 4, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. Além dele, a previsão é que outros chefes da pasta, como Nelson Teich e Eduardo Pazuello, também sejam ouvidos pelo colegiado. O objetivo dos depoimentos é entender a atuação e possível omissão do governo federal na condução da pandemia de Covid-19. No entanto, a série de oitivas é vista por parte dos senadores como um encaminhamento parcial do colegiado. “Não temos o plano de trabalhos sequer aprovado e já estamos chamando as oitivas. No apresentado eles ignoram o requerimento de CPI que consegui aprovar com assinatura de 45 senadores, maioria no Senado, que, além da União, de investigar o governo que tem que ser investigado, também investigar as verbas federais de centenas de bilhões de reais a Estados e municípios. Não estão querendo deixar fazer o trabalho, como o povo brasileiro quer toda verdade e não apena uma parte da verdade”, afirmou o senador Eduardo Girão. Segundo ele, “a coisa está muito pendente para um lado só”, o que configura “palanque político.”

Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, ele falou sobre a existência de uma “antecipação de julgamento por todos os lados” e de uma dificuldade para dar início às investigações sobre possíveis desvios de verbas destinadas ao combate da crise sanitária. O senador pretende propor, ainda nesta terça-feira, que haja uma alternância nos depoimentos, chamando um membro do governo para dar esclarecimento sobre a atuação federal e um órgão que possa esclarecer os repasses feitos aos demais entes federativos. Segundo ele, a comissão da Covid-19 começou “sem o básico” e passa por uma tentativa de “blindagem” aos Estados e municípios. “O Brasil está sendo muito prejudicado na condução dessa CPI, que pode trazer um legado importante. Vou lutar por isso. Qual legado que vejo, além de apurar as responsabilidade, acredito que o legado, já que especialistas do mundo dizem que podemos ter outra pandemia em pouco, tem que ter legado do que erramos, do que acertamos para ficar para as futuras gerações”, disse, defendendo a busca por um equilíbrio na condução do colegiado.

“A verdade precisa vir toda, não em partes como alguns querem fazer”, afirmou. Embora não tenha antecipado possíveis questionamentos ao ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, Eduardo Girão ressaltou que pretende entender qual o nível de influência do Planalto nas decisões para combate à pandemia. “Acredito que pode ser muito esclarecedor. As pessoas precisam acompanhar para entender quem está interessado em que. Vai ser muito fácil conseguir fazer um julgamento de valor, vai estar a verdade muito na cara, o interesse de cada um”, disse, em referência a possíveis parcialidades da comissão. Além de Mandetta, o ex-ministro da Saúde Nelson Teich também será ouvido nesta terça-feira.

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