‘Luiz Henrique Mandetta vai politizar na CPI da Covid-19’, afirma Marcos do Val

Senador acredita que, ao contrário do que muitos esperam, comissão pode ser ‘trampolim’ para o governo

  • Por Jovem Pan
  • 04/05/2021 09h15 - Atualizado em 04/05/2021 13h05
Edilson Rodrigues/Agência Senado Em pronunciamento, senador Marcos do Val Ele não escondeu o medo de estar participando de um "circo" ao estar inserido em uma CPI que tem como relator Renan Calheiros

O senador Marcos do Val, suplente na CPI da Covid-19, acredita que o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta deve usar o espaço na comissão como palanque político. Do Val afirmou que o ex-chefe da pasta da Saúde é considerado um terceiro nome nas eleições de 2022 para alguns brasileiros. “No meu entendimento, ele vai politizar. Ele vai trafegar por questões técnicas e, então, politizar. Já Nelson Teich deve ser mais técnico.” Mandetta e Teich serão ouvido nesta terça-feira, 4, pelos parlamentares do Senado que investigam a atuação dos governos municipais, estaduais e federal durante a pandemia. Eduardo Pazuello é esperado na quarta-feira, dia 5.

Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, Marcos do Val disse que até mesmo a atitude de Mandetta de sair do governo logo no início da pandemia mostrou que ele tinha mais questões políticas do que técnicas. “Ele ficaria, tentaria achar alguma forma, aliados até no próprio Ministério, para, se fosse o caso, convencer o presidente de que a Covid-19 era algo maior do que se imaginava. Na primeira fase, eu acredito que ele não acreditava no número tão grande de mortos, achava que o movimento de rebanho e o tratamento precoce iam resolver. Mas a segunda cepa veio e desconstruiu essa aposta dele e foi onde tudo complicou.”

Para o parlamentar, o ex-ministro tem boa fala e constrói bons argumentos — isso pode indicar que ele siga para o lado político nas próximas eleições. Do Val não escondeu o medo de estar participando de um “grande circo” ao estar inserido em uma CPI que tem como relator Renan Calheiros e nem que se questionou sobre participar ou não da comissão. “Hoje é o início, vou sentir o termômetro para ver quais movimentos devo fazer para tornar a CPI um trabalho técnico e imparcial, com o objetivo de esclarecer pontos que ainda não foram esclarecidos. Movimento político não tem meu aval, seja para um lado ou para o outro”, disse.

Ele reforçou que essa comissão acontece fora de hora.  “Isso tinha que acontecer depois que todo mundo fosse vacinado. Ainda me sinto desprotegido e lutando por uma briga que deveria vir após. Não tenho dúvidas de que esse é um movimento político para enfraquecer o atual presidente com a intenção de colocar um terceiro nome para competir nas urnas no ano que vem. E esse terceiro nome é o do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta.” Apesar disso, Marcos do Val acredita que o governo está tranquilo. “Uns apostam na queda do governo, mas eu tenho a sensação de que vai ser um grande trampolim para ele.”

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