Depois de um ano turbulento no Ministério da Educação, alguns temas devem dominar os debates educacionais do Brasil em 2020. Entre eles, o modelo de funcionamento das universidades federais e o estilo combativo de Abraham Weintraub.
Weintraub assumiu o Ministério da Educação em abril de 2019, com o objetivo de “acalmar os ânimos” depois das polêmicas envolvendo o antecessor, Ricardo Vélez.
Para o presidente Jair Bolsonaro, a gestão é excelente. “Por enquanto não está previsto trocar, não há nada que me leve a trocar o ministro. O MEC é tomado pela esquerda há décadas, olha a prova do Pisa. Uma das piores notas do mundo, em alguns quesitos a pior da América do Sul. Sinal que tava errado, tem que mudar.”
Em entrevista ao Jornal da Manhã, o ministro rebateu boatos de que ele seria substituído no cargo. “Eu tô pensando em deixar guarda-chuvas há mão no meu gabinete, porque o que eu tenho não dá contra. É fake news o ano inteiro.”
A gestão de Weintraub no MEC, no entanto, não agrada especialistas em educação.
Uma outra questão importante é sobre o destino do Fundeb, um fundo bilionário de dinheiro público que entrou em vigor em 2007, mas que, por lei, expira em 31 de dezembro de 2020.
Cerca de 60% dos gastos na educação pública brasileira vem do Fundeb e, obrigatoriamente até o final do ano, o governo terá que tomar decisões. Caso contrário, haverá impactos no pagamento de salários de professores e manutenção e construção de escolas, por exemplo.
É possível que o Fundeb acabe sendo prorrogado, em seu modelo atual, em vez de alterado. Isso porque o Congresso funcionará em ritmo reduzido no segundo semestre, por causa das eleições municipais.
A melhora na formação de professores, mudanças no Ensino à Distância e início do funcionamento de escolas cívico-militares também são temas que podem gerar discussão ao longo do ano.
*Com informações da repórter Letícia Santini