‘Eleição deste ano é o pleito do posicionamento’, diz cientista política

Beatriz Fenochio ressaltou que os candidatos que disputarão o segundo turno terão um caminho mais fácil para atrair o eleitorado que não se decidiu do que aqueles que já definiram suas escolhas

  • Por Jovem Pan
  • 09/10/2022 12h50
WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO - 05/10/2022 Jair Bolsonaro Jair Bolsonaro posa para foto com representantes do agronegócio e senadores eleitos e reeleitos

A cientista Beatriz Fenochio concedeu uma entrevista neste domingo, 9, ao Jornal Jovem Pan e falou sobre as lutas dos candidatos aos governos estadual e federal para conquistar os votos da população indecisa no segundo turno das eleições. Segundo a especialista, os nomes que não foram à segunda fase do pleito como favoritos precisarão ir ao ataque em busca dos votos indefinidos. Mesmo com os apoios declarados, como exemplo de Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT), que manifestaram preferência pela candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a transferência de votos não é uma ciência exata. “A gente observa que há uma tendência do eleitor achar que quem votou na Simone Tebet, vai votar no Lula. Isso não é uma verdade, já que, durante sua campanha, ela atacou o fato dele não ter plano de governo. Ela confirmou após declarar o apoio e não necessariamente esse indeciso vai para o Lula”, disse. A analista explicou que há figuras sem relevância para o debate e a influência sobre o voto popular, como o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), mas que exercem pontuações históricas. Em relação às abstenções, Beatriz analisa que a prática pode beneficiar o candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). “Acredito que seria mais efetivo ele se debruçar sobre essas abstenções do que sobre a população do Nordeste. Ele não tem tempo. Você não traz um histórico de votação a uma população em duas semanas. É muito difícil você romper”, argumentou após ressaltar que trata-se da eleição da definição e do posicionamento político. Ao ser questionada sobre a tradição histórica das abstenções, Beatriz afirma que o brasileiro está politizado e que o assunto agora está nas “mesas das famílias”. “Os eleitores não são racionais, os eleitores são personalistas e regionalistas, mas se você leva conscientização política, se o brasileiro eleitor tem essa noção, ele entenderia que não dá para se abster. Ideologia é através da educação política e entender em qual cenário você está”, explicou.

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